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Mulher é multada em R$ 455 durante tentativa de estupro por ‘se defender demais’

Além de pagar 85 euros, cerca de R$ 455, o juiz decidiu que ela deveria custear um tradutor para o agressor de origem turca.



É surpreendente o que algumas pessoas são obrigadas a pagar por se defenderem. Você já imaginou estar em uma situação assustadora, defendendo sua integridade e, depois de superar o trauma, ainda ter que lidar com uma multa por sua reação? Bem, isso é exatamente o que aconteceu com Milica Zivkovic, uma jovem de 24 anos de Montenegro, país da região dos Bálcãs na Europa.

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Milica estava apenas voltando para casa após uma noite com amigos. Ela percebeu que estava sendo seguida e a situação foi de ruim a pior quando o perseguidor a agarrou e fez avanços indesejados. Agora, o que o agressor não sabia era que a jovem tinha uma carta na manga – ou melhor, um golpe de kickboxing.

Mulher é multada por nocautear agressor
Mulher é multada por nocautear agressor (Imagem: Reprodução)

A autodefesa é uma habilidade valiosa e, no caso de Milica, ela havia dedicado quatro anos ao aprendizado. As técnicas que aprendeu naquelas aulas a ajudaram a lutar, reagir e, eventualmente, nocautear o homem que tentava atacá-la. Um final triunfante para um encontro terrível? Bem, era o que se pensava até que o juiz entrou em cena.

O preço da autodefesa

Para a surpresa de muitos, em vez de ser tratada como vítima, Milica foi multada por “exceder a necessidade de legítima defesa”. Além de desembolsar 85 euros, aproximadamente R$ 455, foi determinado pelo magistrado que ela cobrisse também as despesas com um intérprete para o infrator, que tem raízes turcas.

Para citar as próprias palavras de Milica à Radio Free Europe: “Não sei o que foi mais difícil para mim, o ataque ou o veredicto do juiz”. E ela não está sozinha em sua indignação. O caso despertou a ira de organizações de direitos das mulheres e até do primeiro-ministro de Montenegro, que criticou a decisão do tribunal como “infelizmente devastadora”.

O episódio levanta questões preocupantes sobre como a justiça é servida em determinados lugares e as expectativas sobre como as vítimas de crimes violentos devem reagir. Deve-se esperar que se mantenham passivas, vulneráveis e sem resposta diante de um ataque?




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