Muitos de nós ouvimos histórias assustadoras sobre o tráfico de órgãos, onde a desesperança e a vulnerabilidade se encontram com a urgente necessidade médica. Mas, você sabia que existe um país onde a venda de órgãos é legal, regulamentada e até mesmo endossada pelo governo? O lugar é o Irã, a única nação no planeta que permite tal prática.
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O Irã é um país de contrastes: rica herança histórica, paisagens deslumbrantes e uma modernidade surpreendente, mas também é palco de um modelo único no que diz respeito à doação de órgãos. Segundo a legislação iraniana, a venda de rins é permitida, mas apenas para seus cidadãos e dentro de um limite de compensação financeira de US$ 4.600 por órgão. Ao finalizar a operação, o valor é entregue ao doador.
Solução lógica para um problema complexo?
Essa regulamentação surgiu da necessidade urgente de superar os desafios do sistema de saúde local que carecia de um mecanismo eficiente de transplante de órgãos. Através do sistema, compradores e vendedores são compatibilizados conforme critérios rigorosos, que incluem desde tipo sanguíneo até avaliações psicológicas. Em papel, tudo é organizado e estruturado para garantir a segurança e eficácia.
Para o governo iraniano, esse método proporciona aos economicamente desfavorecidos uma via para ganhar dinheiro de forma segura. Ao mesmo tempo, garante vidas salvas, diminui custos cirúrgicos e atende uma demanda crescente em um país historicamente resistente a prática.
A realidade é mais complicada do que parece
Contudo, como em qualquer situação que envolve dinheiro e saúde, a prática tem seus detratores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) é firmemente contra a venda de órgãos, argumentando que tal sistema pode explorar os vendedores, além de induzir médicos a adotarem abordagens potencialmente arriscadas.
Infelizmente, mesmo com um sistema regulamentado, o mercado negro de órgãos continua a prosperar. Vendedores podem obter quantias substancialmente maiores ao lidar com cidadãos mais ricos ou até mesmo com estrangeiros, que estão oficialmente excluídos do programa estatal. Nesse submundo, a venda não se limita aos rins, mas abrange uma variedade de órgãos vitais.