O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros da economia, iniciando um esperado ciclo de cortes. Com a decisão, a Selic chega a 13,25% ao ano.
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Em comunicado divulgado após a reunião, o BC destacou que “o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”. A autarquia pontuou que o cenário trouxe “a confiança necessária” para o corte.
“O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”.
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação, chegou a 3,19% em julho no acumulado de 12 meses. Em igual período de 2022, o indicador somava 11,39%.
Decisão surpreende
A decisão de promover um corte de meio porcento era esperada por uma parcela pequena do mercado financeiro, mas não havia unanimidade nem de longe. Grandes bancos e corretoras previam um início de cortes com mais parcimônia, com redução de 0,25%, mas alguns analistas apontavam que a redução poderia ser maior.
A queda foi a mais expressiva em quase três anos, já que as últimas reduções haviam se mantido em 0,25 ponto percentual.
O último corte de juros antes desta quarta-feira havia ocorrido em agosto de 2020, quando a Selic caiu de 2,25% para 2%. O ciclo de aperto monetário começou em março do ano seguinte, e desde então o Copom elevou os juros 12 vezes seguidas, até chegarem a 13,75% ao ano em agosto de 2022. Nas 12 reuniões desde então, a Selic foi mantida inalterada sete vezes.
Votação acirrada
Todos os integrantes do Copom foram a favor da redução da Selic, mas houve divergência quanto ao tamanho do corte. Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso e o presidente do BC, Roberto de Oliveira Campos Neto, defenderam a redução de 0,50 ponto.
Já Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes votaram pela queda de 0,25%.