A semana de quatro dias de trabalho finalmente chega em território brasileiro. De acordo com a 4 Day Week Global, comunidade que realiza os projetos-piloto da nova carga horária trabalhista, informou que cerca de 21 empresas brasileiras aderiram ao experimento. Os testes irão se iniciar no dia 5 de setembro, durando nove meses e conduzido em parceria com a brasileira Reconnect Happiness at Work.
Leia também: Empresa pode lucrar mais se a semana for de 4 dias de trabalho, diz estudo.
Mesmo que a jornada de trabalho seja reduzida, o salário pago aos colaboradores será o mesmo. Além disso, a produtividade também não pode cair. O experimento será dividido em três meses de planejamento e outros seis de execução. Durante esse período, as empresas passarão por treinamentos, cursos, diagnóstico organizacional das equipes e acompanhamento individualizado dos colaboradores.
De acordo com os organizadores do projeto, 39% dos participantes do teste realizado em outros países se sentiram menos estressados. Já 54% consideraram mais fácil conciliar a vida profissional e pessoal, enquanto outros 15% afirmaram que não voltariam a semana de cinco dias, mesmo com aumento salarial.
Metodologia deverá funcionar de acordo com a empresa
De acordo com a head de comunidade da 4 Day Week Global, Gabriela Brasil, “esse é um projeto de negócios. A grande questão aqui é trabalhar melhor e de forma mais inteligente. Temos um desafio no Brasil porque estamos falando de um País em desenvolvimento”. Dentre as empresas que estão no projeto brasileiro, estão aquelas que atuam na área de contabilidade, arquitetura, hospital, advocacia, publicidade, entre outros.
Além disso, grande parte delas são pequenas e médias empresas, entre 10 a 100 funcionários. Outras chegam a contar com 1.000 funcionários. Assim, o modelo 100-80-100 vale para todas as empresas, sendo: 100% do salário, trabalhando em 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.
No entanto, o modelo de redução da carga horária será estabelecido de acordo com as necessidades das empresas. Algumas delas irão tirar dois períodos ao invés de um dia completo, com a semana se iniciando na segunda a tarde e terminando na sexta de manhã.
Quais serão as empresas participantes?
Além do Brasil, outros países realizaram o teste. No caso dos Estados Unidos, 100% das empresas participantes do projeto decidiram manter o modelo mesmo após o fim do período de testes. “A cultura dos EUA também é workaholic e supervaloriza resultados. Eles aprenderam a trabalhar muito bem com a semana de quatro dias. Então, espero que nos inspiremos neles e possamos seguir de maneira semelhante aqui”, afirmou a coordenadora do projeto, Renata Rivetti.
Por fim, das 21 empresas que aderiram ao projeto, somente sete autorizaram a divulgação de sua participação nos testes. Grande parte das empresas estão localizadas no Sudeste, com exceção de duas companhias do Sul. Assim, as 7 empresas conhecidas que estão participando do projeto e suas áreas de atuação são:
- Hospital Indianópolis (Saúde, São Paulo);
- Innuvem (Tecnologia da Informação, Rio de Janeiro);
- Clementino e Teixeira Advocacia (Serviços jurídicos na área trabalhista, São Paulo/Belo Horizonte);
- GR Assessoria Contábil (Rio de Janeiro);
- Abaeterno (Estúdio de produção editorial, São Paulo);
- Oxygen (Hub de conteúdos em Inovação, São Paulo);
- Haze Shift Consultoria (Setor de Inovação e Transformação Digital, Curitiba).