A Petrobras deve promover um novo reajuste nos preços dos combustíveis no Brasil, afirmam analistas do BTG Pactual. A previsão é reflexo da proibição das exportações de diesel e gasolina da Rússia, um dos maiores produtores mundiais dos produtos.
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Segundo a equipe do banco, o diesel vendido pela petroleira brasileira no mercado nacional tem defasagem de cerca de 12% em relação às cotações praticadas no Golfo. Após meses de escassez de combustível, a proibição do governo russo é encarada como uma tentativa de estabilizar o mercado.
“Os receios de que isto conduza a uma menor disponibilidade global de produtos refinados nos próximos meses fizeram subir os spreads de refino e também os preços do petróleo bruto”, diz o BTG.
Aumento nos preços
Considerando a defasagem dos preços, a expectativa é que a Petrobras anuncie um novo aumento para as distribuidoras ainda nos próximos dias.
“Embora a empresa possa tentar evitar transmitir a volatilidade de curto prazo aos consumidores, pensamos que os mecanismos de governança corporativa acabarão por impor uma estratégia racional de preços”, dizem os especialistas.
O banco argumenta que os riscos de o governo buscar alternativas para reduzir as pressões inflacionárias crescem à medida que o petróleo dispara. Entretanto, a equipe pontua que um eventual subsídio direto da Petrobras precisaria ser reembolsado conforme manda a lei.
“O retorno de um imposto sobre as exportações ou de qualquer outra medida setorial para financiar um fundo de estabilização de preços é de fato um risco não apenas para a Petrobras, mas também para os seus pares locais”, completam.