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Enganados a vida toda: por que os olhos azuis não são realmente ‘azuis’?

A resposta reside em um complexo conjunto de fatores que envolvem a anatomia dos olhos, mutações genéticas e fenômenos ópticos.



Quando alguém descreve olhos como “azuis como o céu”, parece um elogio à sua cor. No entanto, aqui está um fato interessante: tanto o céu quanto os olhos azuis não possuem, de fato, a cor azul. Então, por que uma grande parcela da população mundial, cerca de 8% é conhecida por ter “olhos azuis”, quando, na verdade, eles são desprovidos da pigmentação?

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A resposta reside em um complexo conjunto de fatores que envolvem a anatomia dos olhos, mutações genéticas e fenômenos ópticos. Vamos explorar mais a fundo esse enigma da natureza.

O enigma da íris e a coloração dos olhos

Olho azul (Imagem: shutterstock/Voyagery)
Olho azul (Imagem: shutterstock/Voyagery)

Para entender por que os olhos azuis não são verdadeiramente azuis, precisamos mergulhar na estrutura da íris, a parte colorida dos olhos. A íris é composta por duas camadas: o epitélio, localizado na parte posterior, e o estroma, na parte frontal.

O epitélio, mesmo em olhos azuis, contém pigmentos castanhos escuros, que são responsáveis pelas manchas escuras visíveis na região. O estroma, por sua vez, é uma rede de fibras de colágeno incolores. A cor dos olhos é determinada pela quantidade de melanina presente no estroma.

A mutação genética que originou os olhos azuis

Há milhões de anos, todos os humanos tinham olhos castanhos devido à presença de melanina no estroma da íris. No entanto, entre 6 mil e 10 mil anos atrás, uma mutação genética que afetou o gene OCA2 ocorreu em um indivíduo ancestral.

Essa mutação “desligou” a capacidade de produzir pigmento marrom. Portanto, todos os olhos azuis atuais têm uma herança genética comum: a ausência de melanina no estroma.

Então, de onde vem a ilusão da cor azul?

A resposta está em um fenômeno óptico chamado “Efeito Tyndall”, que também é responsável por tornar o céu azul. Quando a luz branca visível atinge a íris, o azul é mais espalhado do que outras cores, devido ao seu comprimento de onda mais curto. A estrutura de fibra do estroma da íris dispersa a luz de forma semelhante, tornando a cor visível aos observadores.

Os olhos azuis são um exemplo de “coloração estrutural”, onde a cor é aparente devido à estrutura e não à pigmentação. Esse fenômeno ocorre não apenas nos olhos, mas também em outras partes da natureza, como as penas da arara-azul.

Olhos verdes e cinzentos: variações e mistérios

Além dos olhos azuis, existem outras cores intrigantes, como verdes e cinzentos. Os olhos verdes são resultado de uma mistura de melanina castanha clara no estroma com partes translúcidas.

Já os olhos cinzentos, embora pareçam não ter cor, também têm melanina, mas a presença excessiva de colágeno bloqueia o espalhamento da luz azul, resultando em uma tonalidade cinza uniforme.




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