Fulano, Beltrano e Sicrano: por que esquecemos os nomes das pessoas?

Pesquisadores decidiram desvendar esse mistério, e suas descobertas lançam luz sobre como nossa mente trabalha para associar rostos e nomes.



Quantas vezes você já se encontrou com alguém, sorriu educadamente e, no fundo da mente, pensou: “Como mesmo é o nome dessa pessoa?” Esquecer nomes é um dilema que todos enfrentamos, e muitas vezes pode ser um momento embaraçoso durante um reencontro.

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Mas por que nossos cérebros parecem tão hábeis em deixar escapar essa informação importante? Pesquisadores da Rice University, nos Estados Unidos, decidiram desvendar esse mistério, e suas descobertas lançam luz sobre como nossa mente trabalha para associar rostos e nomes.

Entendo a dinâmica da pesquisa

Para entender esse processo complexo de formação da memória associativa, os pesquisadores criaram um teste que envolvia uma série de estímulos faciais de pessoas reais.

Essas imagens incluíam variações naturais, como:

  • Diferentes expressões emocionais (negativas, neutras e positivas);
  • Semelhanças físicas (como a mesma pessoa com aparência alterada e pessoas semelhantes);
  • Sexo feminino ou masculino;
  • Indivíduos de diversas etnias.

Stephanie Leal, professora assistente de ciências psicológicas da universidade e autora principal do estudo, observou que uma das principais barreiras na pesquisa da memória é a criação de medidas de investigação que reflitam com precisão a experiência do cérebro.

O teste desenvolvido visava identificar problemas de memória de forma mais precoce, e os resultados foram publicados na revista Neuropsychologia.

Conclusões do estudo

Uma das conclusões do estudo apontou para a “sobreposição e interferência” como uma das principais razões por trás das dificuldades nas associações entre rostos e nomes.

Em outras palavras, nosso cérebro muitas vezes confunde pessoas semelhantes ou enfrenta desafios quando ocorrem mudanças na aparência ao longo do tempo, como o uso de óculos ou cortes de cabelo diferentes.

Os pesquisadores também buscaram ativar o hipocampo, a região cerebral responsável por processar experiências e formar memórias. Nesse processo, descobriram que os adultos mais velhos tinham mais dificuldade em lembrar os nomes associados aos rostos.

Além disso, a pesquisa revelou que os jovens tinham uma memória melhor para rostos expressando emoções, enquanto os adultos mais velhos lembravam-se melhor de rostos com expressões positivas.

O reconhecimento também era mais eficaz entre pessoas da mesma etnia, indicando que a experiência compartilhada desempenha um papel importante na memória.

Stephanie Leal esclarece: “Temos conexões neurais mais fortes para pessoas, lugares e coisas com as quais temos mais experiência“.

A pesquisa também analisou o impacto do sexo dos participantes, mas não encontrou efeitos significativos, possivelmente devido ao tamanho da amostra tendenciosa para mulheres.

O teste desenvolvido pelos pesquisadores foi concebido para ser aplicável a pessoas de diferentes gêneros e origens étnicas, algo que não recebeu a devida atenção em pesquisas anteriores.

No entanto, a autora principal destaca a necessidade de estudos futuros incorporarem uma amostra mais variada de participantes, a fim de aprofundar a compreensão sobre como o sexo e a raça afetam a memória associativa.




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