O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que as discussões sobre o aumento do percentual de etanol presente na gasolina é uma das prioridades da Casa nos próximos meses. A declaração despertou o interesse do mercado e levantou algumas dúvidas nos consumidores.
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“Enquanto corremos na transição energética do setor de transportes, é importante discutir o percentual de participação de biocombustíveis na mistura com combustíveis fósseis”, afirmou Lira.
O governo federal tem planos de elevar a quantidade de álcool permitida na mistura da gasolina dos atuais 27,5% para 30%. A intenção foi antecipada pelo ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A proposta que será entregue ao Congresso nos próximos dias ganhou o apelido de “combustível do futuro” e também prevê um aumento de 12% para 15% na quantidade de biodiesel presente no diesel.
Segundo as estimativas da equipe do presidente Lula, a novidade tem potencial para reduzir em cerca de 107,6 milhões de litros por mês o consumo de gasolina A (pura).
O que isso muda para o consumidor?
Colocar mais etanol na gasolina reduz a dependência do Brasil de combustíveis fósseis do exterior, o que diminui os efeitos do repasse das variações de preços registradas no mercado internacional para os consumidores domésticos. Com isso, é possível que haja uma redução nos preços da gasolina.
Além disso, a solução serve para reduzir as emissões de carbono da frota de veículos nacional, o que está de acordo com a agenda mundial de sustentabilidade.
No entanto, para garantir a mudança, o governo precisa realizar estudos para verificar se os motores dos veículos são compatíveis com a nova mistura. Vale pontuar também que o etanol é derivado da cana-de-açúcar, uma commodity agrícola que passa por períodos de entressafra e está sujeita a problemas em sua produção.