scorecardresearch ghost pixel



O que são os fundos exclusivos que o governo vai começar a tributar?

Presidente Lula assina documento que autoriza a taxação dos chamados fundos de super-ricos. Entenda o que são eles.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória (MP) que autoriza a taxação de fundos de investimento exclusivos, os chamados fundos dos super-ricos. A cobrança ficará em torno de 15% a 20% e incidirá duas vezes ao ano sobre os rendimentos.

Leia mais: Sortudo! Uma única pessoa sacou R$ 2,8 milhões em dinheiro ‘esquecido’

O modelo adotado é conhecido como “come-cotas”, que prevê o desconto periódico semestral. Esse é o tipo de tributação mais comum em carteiras abertas disponíveis no mercado.

A decisão já era esperada para compensar as perdas na arrecadação provocadas pela ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. O governo federal espera arrecadar cerca de R$ 24 bilhões entre 2023 e 2026 com a nova taxação.

Sobre os fundos exclusivos

Os fundos exclusivos são carteiras voltadas para investidores qualificados que recebem aplicações de um único cotista, explica a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O aporte mínimo exigido é de R$ 10 milhões, com custo de manutenção anual estimado em até R$ 150 mil.

Para ser considerado qualificado, o investidor precisa ter ao menos R$ 1 milhão investido em aplicações financeiras ou com certificação aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O gestor dos fundos de super-ricos tem autonomia para alocar o dinheiro em produtos como renda fixa, multimercado e ações. Segundo o governo, cerca de 2,5 mil brasileiros possuem um patrimônio de R$ 756,8 bilhões alocados nesses fundos, que correspondem a 12,3% do total existente no país.

O percentual citado inclui fundos exclusivos gerados por fundos previdenciários, segundo dados do TradeMap. Desconsiderando esse modelo, o Brasil tem 1.650 fundos exclusivos com um único cotista, com mais de R$ 250 bilhões alocados.

Não há informações exatas de quem são esses investidores restritos, mas especialistas citam um perfil predominante. “[As carteiras] podem ter mais ou menos risco, mas certamente esse fundo tem características exclusivas de prazo, liquidez e rentabilidade, que são estruturadas com um objetivo específico e feitas justamente para aqueles investidores que têm uma capacidade financeira maior”, explica o professor da FIA Business School Carlos Honorato.

Mudança na tributação

Hoje, os rendimentos dos fundos exclusivos são tributados apenas no momento do resgate, utilizando a tabela regressiva do Imposto de Renda. Com a MP, a ideia é que eles paguem impostos semestralmente, seguindo o modelo da maioria das carteiras abertas existentes no mercado.

A cobrança geralmente ocorre no último dia útil de maio e de novembro, sendo correspondente a 15% para os fundos de longo prazo e 20% para os de curto prazo. No resgate, o investidor paga apenas a diferença entre o imposto devido e ainda não cobrado.

A medida provisória também prevê que quem começar a contribuir ainda neste ano poderá usufruir da alíquota de 10%. A decisão entra em vigor na data de sua publicação, mas precisa da aprovação do Congresso em até 120 dias para se tornar uma legislação permanente.




Voltar ao topo

Deixe um comentário