Todos nós já passamos por aquele estranho momento em que, por um breve segundo, algo muito familiar nos parece completamente novo. Se você já teve um “déjà vu“, sabe o quão desconcertante pode ser sentir que viveu uma situação anteriormente, mesmo que ela seja completamente nova. Mas você já ouviu falar do oposto desse fenômeno, o “jamais vu“?
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O termo vem do francês e significa “nunca visto“. Curiosamente, é a sensação de que algo que você sabe que é familiar, de repente, se torna estranho ou inédito. Uma paisagem que você já viu milhares de vezes, uma palavra que você escreveu inúmeras vezes ou até mesmo um rosto conhecido – de repente tudo parece novo e desconhecido.
Por trás do desconhecido
O nosso cérebro, incrivelmente complexo, tem uma relação enigmática com a repetição. A experiência do “déjà vu”, por exemplo, é basicamente um curto-circuito no sistema de memória.
Ocorre quando uma situação nova desencadeia uma sensação de familiaridade que não deveria estar lá. Já o “jamais vu” é como se fosse o lado oposto da moeda.
Músicos, por exemplo, podem vivenciar o “jamais vu” ao se perderem em uma canção que já tocaram centenas de vezes. Talvez, até mesmo você já tenha sentido isso ao escrever uma palavra repetidamente e, de repente, duvidar de sua grafia correta.
O labirinto do “jamais vu”
Estudos recentes sobre esse fenômeno mostram que pode ser desencadeado por repetições. Em experimentos, quando os participantes escreveram a mesma palavra repetidamente, muitos relataram uma sensação de estranheza, como se o que estavam escrevendo não fosse mais real ou significativo.
O que se acredita é que, após repetições excessivas, nosso cérebro começa a “desconectar” do estímulo, levando à sensação de “jamais vu”.
No entanto, vale dizer que esse fenômeno é muito mais raro que o “déjà vu”. E, embora possa ser desconcertante, é uma janela fascinante para a complexidade de nossa mente e o funcionamento do nosso sistema de memória.
Desvendando o inexplorado
Mesmo com todos os avanços da neurociência, ainda há muito a aprender sobre esses curiosos fenômenos. A cada nova pesquisa, desvendamos um pouco mais sobre as maneiras como nosso cérebro processa o mundo ao nosso redor e como nossa memória influencia nossa percepção da realidade.