Volta ao presencial: nosso cérebro pode ‘bugar’ com o fim do home office?

Reativação dos ambientes presenciais: entenda como o home office moldou a resposta cerebral a estímulos e distrações.



Após mais de um ano trabalhando em casa, cercado pela familiaridade do lar e pelos sons cotidianos que marcaram nosso “novo normal”, muitos profissionais agora se deparam com o desafio de retornar ao escritório. Mas, será que nossos cérebros estão prontos para essa mudança abrupta de cenário? Será que basta apenas pegar nossa mochila e retomar de onde paramos?

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A pandemia trouxe uma série de transformações ao mundo do trabalho. O home office, antes uma opção para poucos, tornou-se uma necessidade para garantir a segurança dos funcionários.

Agora, à medida que os ambientes de trabalho presenciais estão sendo reativados, estudos sugerem que nossa adaptação ao trabalho em casa pode ter remodelado a maneira como nossos cérebros respondem a estímulos e distrações.

O fenômeno da neuroplasticidade

Nosso cérebro, dotado de neuroplasticidade, é capaz de se adaptar e se reconfigurar em resposta a novas experiências. Durante o período de home office, nos habituamos a um cenário mais controlado, onde o zumbido da geladeira ou o canto dos pássaros substituíram as conversas paralelas e os incessantes toques de telefone do escritório.

Porém, essa nova forma de trabalhar pode ter nos tornados mais vulneráveis a distrações mais significativas. De acordo com estudos, o cérebro agora pode ter mais dificuldade em filtrar os barulhos e conversas paralelas comuns em ambientes profissionais.

A questão da produtividade

Se, por um lado, o home office nos ofereceu um ambiente mais tranquilo, por outro, os escritórios abertos, tão populares em muitas empresas, podem apresentar desafios adicionais.

Pesquisas indicam que trabalhadores em espaços abertos enfrentam até 29% mais interrupções. Essas constantes pausas, aparentemente inofensivas, podem resultar em uma perda significativa de tempo de trabalho, comprometendo a produtividade e levando a uma sensação de cansaço.

O caminho híbrido

Diante desses desafios, surge a reflexão: o retorno 100% presencial é realmente necessário? O modelo de trabalho híbrido ganha força, combinando o melhor dos dois mundos. Nesse cenário, o escritório se transforma em um espaço dedicado à colaboração, troca de ideias, mentoria e socialização – atividades que se beneficiam da energia das interações cara a cara.




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