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Carne de laboratório carrega células cancerosas? Entenda a polêmica

Uma das maiores revoluções atuais é, sem dúvida, a carne cultivada em laboratório. Você já ouviu falar da "carne de Frankenstein"?



Não é de hoje que novas tecnologias alimentares geram desconfiança e questionamentos, sobretudo quando se fala em substituir algo tão tradicional como a carne. Agora, imagine sair do churrasco de domingo para a era das salsichas de laboratório? Estamos mais perto dessa realidade do que você pensa.

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Recentemente, uma empresa alemã chamada The Cultivated B arriscou seus primeiros passos para colocar nas prateleiras dos supermercados salsichas feitas em laboratório a partir de células animais.

Essa iniciativa, por mais surpreendente que pareça, não é novidade globalmente: em 2020, Singapura já havia aprovado a venda de carne com células cultivadas e os EUA seguiram o exemplo em junho passado.

Junto com as novidades, emergem os mitos

Entre eles, a controversa ideia de que a carne de laboratório, que alguns apelidam pejorativamente de “carne de Frankenstein”, é produzida a partir de células cancerosas. Mas afinal, o que há de verdade nessa afirmação?

Um comentário em um vídeo da DW alegou que “a carne de laboratório é literalmente cultivada a partir de células cancerosas”. Isso soa alarmante, certo? Afinal, quem gostaria de consumir algo associado ao câncer?

Em fevereiro de 2023, um artigo fez eco a essa preocupação, afirmando que “as células normais da carne não se dividem eternamente”, sugerindo que as startups estariam “usando silenciosamente células imortalizadas […], elementos básicos da pesquisa médica que são, tecnicamente falando, pré-cancerosas”.

Contudo, é fundamental separar o joio do trigo quando o assunto é informação. De acordo com o Good Food Institute, os cientistas não usam células cancerosas, mas células-tronco de animais vivos ou óvulos fertilizados.

Essas células são cuidadosamente selecionadas e cultivadas em tanques de aço, os biorreatores, e ao final do processo, o produto tem textura e formato similares à carne que conhecemos. Elliot Swartz, cientista chefe do Good Food Institute, assegura que essas células “definitivamente não são cancerosas”.

Outros órgãos como a Food and Drug Administration (FDA) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também desmentiram os boatos. Ambas as entidades destacam que não há evidências que associem a carne cultivada ao risco de câncer.

Para tranquilizar ainda mais os consumidores, a FDA ressalta que, caso houvesse alguma célula cancerosa ou pré-cancerosa (que também podem estar presentes em carnes tradicionais), elas seriam eliminadas durante o cozimento e a digestão humana.




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