Lembra da época em que o termo “girlboss”, popularizado por Sophia Amoruso, da Nasty Gal, era o auge do empoderamento feminino no local de trabalho? Era um símbolo da ambição e determinação das mulheres da geração Y; porém, como tudo na vida, as tendências e mentalidades evoluem. Agora, o cenário do mundo do trabalho está mudando mais uma vez graças à influência dos jovens da geração Z.
Leia mais: Millenials, Geração Z e mais: qual das gerações gasta melhor o dinheiro?
Hoje, a “garota caracol” está em voga.
O termo, que surgiu nos locais de trabalho australianos e ganhou destaque no TikTok, fala sobre abraçar um ritmo mais lento e compassado. “Uma menina caracol leva tempo e cria para criar”, explica a estilista australiana Sienna Ludbey: “Ela está participando de sua própria corrida, e talvez essa corrida não vá a lugar nenhum a não ser para casa e para a cama”. Não é sobre parar, mas sobre buscar um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
Desacelerando em busca de equilíbrio
Após anos imersa no mundo frenético das “girlbosses”, Ludbey percebeu que o constante anseio por sucesso estava prejudicando a sua saúde mental e bem-estar. O conceito de “garota caracol” surgiu dessa epifania. As redes sociais abraçaram essa ideia, com muitos compartilhando as suas experiências de desaceleração e autoaceitação.
Maggie Zhou, do TikTok, comentou: “A era da garota caracol pode parecer diferente para pessoas diferentes, mas, no fundo, trata-se de desacelerar e ser mais gentil consigo mesmo”. Esse pensamento ressoou com muitos usuários, que compartilham uma mudança semelhante em suas mentalidades, valorizando o autocuidado e a compreensão.
Veredicto dos especialistas sobre a garota caracol
Jennifer Luke, da University of Southern Queensland, vê essa mudança como uma resposta ao esgotamento que muitos estão sentindo no ambiente de trabalho contemporâneo. A pandemia certamente teve um papel nisso, visto que fez muitas pessoas reavaliarem as suas prioridades.
Victoria McLean, especialista em carreira, acredita que essa tendência não é o fim da ambição, pelo contrário, pode representar uma maneira mais sustentável de abordar a carreira. “Você pode ser uma chefe e ser gentil consigo mesma como uma garota caracol”, ela reiterou.
Complementando essa ideia, Natalie Trice, treinadora de carreira, disse: “Uma carreira é uma maratona, não uma corrida”. A era da garota caracol nos lembra que é mais do que aceitável, é essencial, diminuir a velocidade e aproveitar a jornada, pois ela pode ser única.