O ChatGPT virou um dos principais assuntos na mídia espanhola na última semana por adivinhar o resultado da loteria de Natal do país, a “El Gordo”. No Brasil, os apostadores aguardam ansiosamente por uma loteria bastante semelhante: a Mega da Virada.
Neste ano, o sorteio está oferecendo surpreendentes R$ 550 milhões, o maior prêmio da história da loteria. Mas será que a inteligência artificial consegue acertar os números que sairão no dia 31 de dezembro?
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Segundo matemáticos especializados, a resposta é não. Isso porque todos os números da loteria possuem a mesma probabilidade de serem sorteados. “Pelo menos se as bolas usadas forem idênticas em peso e volume e estejam suficientemente misturadas”, explicou Begoña Vitoriano, presidente da Sociedade de Estatística e Pesquisa Operacional, ao Globo.
Caso o sorteio seja realizado da forma correta, “não é possível para uma inteligência artificial adivinhar o número vencedor, assim como ninguém pode adivinhar”, afirmou Vitoriano. “Se fosse possível prever o número vencedor, todos os matemáticos seriam milionários“, argumentou Luis J. Rodríguez Muñiz, professor de Didática da Universidade de Oviedo e segundo vice-presidente da Real Sociedade Espanhola de Matemática, também ao Globo.
O que o ChatGPT diz sobre a Mega da Virada?
Ao ser questionado sobre quais números serão sorteados na Mega da Virada em 2023, o ChatGPT responde que não possui a capacidade para prever resultados sobre sorteios futuros, visto que eles acontecem de forma aleatória.
Além disso, a IA recomendou que os apostadores realizem a escolha dos números “de forma consciente, talvez utilizando datas especiais, números significativos ou até mesmo optando pela escolha aleatória”. O ChatGPT lembra ainda que “ganhar na loteria é uma questão de sorte, com chances pequenas de acerto”.
Segundo José L. Torrecilla, professor da Universidade Autônoma de Madrid, a única forma de aumentar as chances de vencer é apostando em mais números. “Ferramentas como ChatGPT ou Google Bard são modelos generativos de linguagem natural treinados para simular diálogos e fornecer respostas plausíveis, mas não para fazer previsões ou inferências com os dados”, explicou.
*Com informações de O Globo