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É assim que um cão se comporta quando detecta câncer em um humano

Comunidade científica reúne dados sobre o comportamento dos peludos que farejam a doença nos seres humanos.



Poucos prazeres são tão grandes quanto ter um cachorro fiel e peludo sempre ao seu lado. Os cães são conhecidos como melhores amigos do homem devido a uma série de características, como sua personalidade companheira e o cuidado com quem cuida deles.

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Recentemente, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos demonstrou que esses animais são capazes de “farejar” o câncer. O resultado do estudo revelou uma precisão de mais de 95% na detecção da doença em amostras de sangue e saliva.

Comportamento antigo

Não são poucos os casos de cães que se concentram sobre um local do corpo do amigo humano que mais tarde descobre-se ser foco de células cancerígenas. Eles costumam cheirar, lamber e até morder essa parte específica, como uma espécie de tentativa de demonstrar que há algo errado ali.

Segundo a pesquisadora Heather Ann Junqueira, que conduziu o estudo, os cães possuem cerca de 300 milhões de receptores de cheiro, além de uma parte do cérebro dedicada ao olfato que é 40 vezes maior que a do ser humano.

Mas afinal de contas, quais comportamentos os cães adotam para tentar indicar ao seu humano a presença de câncer? Confira a seguir.

Farejando sem parar

Alguns animais gostam mais de cheirar seus tutores do que outros, mas esse pode ser um sinal de alerta em alguns casos. Se o animal fareja insistentemente uma área específica do seu corpo, pode estar tentando te dizer que tem alguma coisa estranha ali.

Lamber também vale

Outra medida que eles adotam para tentar “remover” o problema do humano é lamber, já que é isso que costumam fazer quando se sentem mal. Por isso, fique atento se o peludo utiliza frequentemente a língua em alguma parte do seu corpo.

Se for preciso, morda

A missão de proteger alguém que ele ama pode levar a mordidinhas leves no local onde o câncer foi detectado. Basicamente, o cão está tentando fazer com que o humano entenda onde precisa prestar atenção.

Patadas

Cachorros que ficam o tempo todo cutucando o tutor insistentemente, principalmente em uma parte específica do seu corpo, também podem estar indicando algum problema. Não é sobre aquelas patadas de quem quer passear, mas sim toques insistentes a qualquer momento.

Carinho prolongado

Quando sente a presença da doença, o animal tem a tendência de oferecer conforto ao humano do jeito que ele conhece: mantendo contato físico. Por isso, quando ele fica grudento demais e exige carinho e aconchego toda hora, pode estar tentando dizer que existe um motivo para preocupação.

Comunicação com o olhar

Além de usar de meios físicos para indicar o problema, o animal também pode apenas observar com preocupação. Esse método ocorre quando o cachorro passa longos minutos e até prolongadas horas te olhando, demonstrando uma preocupação silenciosa.

Resmungar e gesticular

Mais uma forma do cachorro tentar mostrar a presença do câncer é emitir aqueles resmungos ou lamentos, como uma espécie de chorinho. Se acompanhado do gesto de inclinar a cabeça, são grandes as chances de que ele esteja tentando comunicar algo.

Encontre-me se for capaz

Um comportamento bem curioso entre os cães que farejam câncer é se esconder do humano. Segundo pesquisadores, essa pode ser uma resposta do animal ao medo, já que ele não sabe como lidar com o problema que identificou.

Detalhes do estudo

Os resultados apresentados em abril durante uma reunião da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular são surpreendentes. Em um dos testes, os cães detectaram sinais de câncer de mama em uma paciente cerca de um ano e meio antes da doença ser diagnosticada pelos médicos.

A pesquisadora Heather Ann Junqueira explica que os voluntários do teste recebem um kit contendo uma máscara cirúrgica, que deve ser utilizada durante um certo período. Em seguida, o item é devolvido à empresa e os cães o farejam.

“Eu faço os cães farejarem a máscara e dou um petisco. Depois, coloco o objeto com o cheiro junto com um pedaço de comida e escondo em algum lugar. Eles têm que farejar e descobrir. Na verdade, eles estão procurando pela comida, mas acabam associando os odores”, detalhou em entrevista.

Além das máscaras, ela também utiliza amostras de sangue, sempre associando o petisco ao odor. “Quando eles chegam perto do objeto, eu mando sentarem. Então, eles sentam e ganham um petisco. Por fim, tiro a comida e só fica o objeto com cheiro de câncer. Quando eles descobrem e sentam, é como se pensassem ‘achei o cheiro, agora vou sentar e ganhar comida’”, completa.

Heather conta que utilizou cães da raça beagle no estudo, já que eles possuem um olfato extremamente apurado. A especialista também está treinando um labrador, mas ele precisa de mais tempo para sentir o cheiro.

Confie no seu melhor amigo, mas vá ao médico

A pesquisadora acredita que as descobertas do novo estudo devem incentivar outras pesquisas ligadas ao tratamento e detecção de câncer, especialmente em fases iniciais. No futuro, ela prevê que o ser humano poderá fazer testes usando amostras simples, como um teste de gravidez vendido em farmácias.

O próximo passo da pesquisa é descobrir exatamente o que os cachorros estão farejando no ser humano para que, eventualmente, seja possível utilizar esse elemento da identificação da doença. Mas isso não te impede de ficar de olho nos sinais do seu melhor amigo, nem de dar um petisco e uma atenção extra ao cãozinho, não é mesmo?

Vale destacar que embora os cães sejam excelentes aliados para identificar alguns tipos de câncer, é importante procurar a ajuda de um médico. Os animais muitas vezes conseguem detectar a doença até mesmo em estágios iniciais, mas o diagnóstico e o tratamento são feitos por profissionais.




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