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Planos de saúde: como a venda da Amil afeta o consumidor?

Operadora de planos de saúde com mais de 5,4 milhões de beneficiários é vendida para empresário brasileiro.



A operadora de planos de saúde Amil foi vendida no fim do ano passado para o empresário José Seripieri Filho, conhecido apenas como Júnior, o que provocou algumas dúvidas nos usuários dos serviços. A principal questão é: como a venda da feita pelo UnitedHealth Group (UHG) afetará a vida dos 5,4 milhões de clientes da empresa?

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O Procon-SP e outros órgãos ligados ao consumidor informaram que não pode haver nenhuma alteração nos serviços prestados, conforme previsto por lei. Apesar do amparo legal, especialistas preveem algumas novidades nos próximos anos, embora elas não devem, necessariamente, afetar os usuários.

“É inegável que a empresa precisa de ajustes. Provavelmente, ela vai ter de fazer modificações na gestão, o que inclui uma nova negociação com prestadores de serviço e médicos contratados”, avalia o analista Harold Takahashi, sócio da Fortezza Partners.

Ele acredita que a nova administração terá como foco ampliar a base de beneficiários de forma “mais racional”, com mudança na política de preços de venda adotada nos últimos anos pela Amil. “O novo dono tende a mudar esse quadro, não oferecendo um desconto tão grande a ponto de comprometer as margens do negócio”, diz Takahashi.

A Amil e a Americas Serviços Médicos, que também foi vendida, possuem a segunda maior rede de infraestrutura da saúde suplementar do país, perdendo apenas para a Rede D’Or. A primeira possui 19 hospitais e 52 unidades de atendimento, enquanto a segunda tem 28 centros médicos e clínicas, além de 12 hospitais.

Tendências para o futuro

Uma das possíveis saídas para os novos gestores é a “verticalização operacional”, ou seja, a concentração do uso dos serviços em redes próprias de hospitais e laboratórios. A redução do desperdício com o maior controle dos custos pela empresa é uma das vantagens desse modelo.

O especialista também prevê o aumento dos investimentos em prevenção para reduzir gastos. “Em vez de esperar que uma pessoa sofra um ataque cardíaco, o que representa um custo enorme com diárias de UTIs e cirurgias, a ideia é agir antes, incentivando que os beneficiários do plano, especialmente os cardiopatas e os hipertensos, mudem hábitos de vida que provocar problemas de saúde”, explica.

Mudanças positivas

A venda da operadora tende a ser um negócio positivo para os consumidores, avalia o médico Carlos Lobbé, professor dos MBAs de gestão de saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, medidas como a verticalização podem garantir benefícios aos usuários e à companhia.

“O UHG é dono do Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, no Rio, um dos melhores centros médicos do país, mas hoje ele é subutilizado pela Amil”, afirma.

Entretanto, segundo o médico, ainda é preciso observar se os novos gestores “estão interessados apenas em fazer uma transição para uma nova venda” ou se “vieram para assumir e solucionar as dificuldades enfrentadas pela operadora”, completa Lobbé.




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