O trabalho remoto tornou-se uma realidade para muitos profissionais nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, onde ficou quase impossível a convivência em escritórios como, por muitos anos, era normalizado.
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No entanto, uma análise recente do Decision Maker Panel, iniciativa do Banco da Inglaterra em parceria com acadêmicos dos EUA e do Reino Unido, lança luz sobre uma faceta menos discutida do home office: seu impacto nos salários dos funcionários.
Conforto, mas sem aumento
Contrariando a crença popular de que trabalhar de casa é sempre vantajoso para os trabalhadores, os dados revelam uma tendência preocupante: empresas com altos níveis de trabalho remoto tendem a oferecer menores aumentos salariais.
Para cada dia adicional de trabalho em casa, o crescimento salarial cai em meio ponto percentual, mostrando que a comodidade do home office pode vir acompanhada de uma estagnação financeira.
Enquanto os trabalhadores britânicos e americanos valorizam a flexibilidade do trabalho remoto, considerando-o equivalente a um aumento salarial significativo, os empregadores veem na modalidade uma oportunidade para reduzir custos e aumentar a produtividade.
De fato, a pesquisa sugere que cada dia adicional de trabalho remoto pode levar a um aumento de produtividade de até 15.000 libras por ano, destacando uma possível correlação entre o ambiente de trabalho e a eficiência dos funcionários.
Entretanto, algumas empresas, como a UPS liderada por Carole Tome, insistem no retorno ao escritório, levantando questionamentos sobre as motivações por trás dessa decisão.
Estudos indicam que, embora o retorno ao trabalho presencial não tenha um impacto significativo na lucratividade das empresas, pode afetar negativamente a satisfação dos funcionários, levantando suspeitas sobre possíveis agendas de controle e culpabilização dos trabalhadores por questões de desempenho.
Diante dessa complexa relação entre local de trabalho, satisfação dos funcionários e desempenho empresarial, a discussão sobre o futuro do trabalho remoto ganha relevância, exigindo uma análise cuidadosa dos benefícios e desafios que essa modalidade apresenta para empresas e profissionais.