Em resposta ao alarmante aumento de golpes envolvendo o Pix, o Banco Central e a Febraban anunciaram aprimoramentos no sistema de reembolso, buscando proteger os usuários e reduzir as perdas financeiras. O Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado em 2021 para ressarcir vítimas de fraudes, será substituído pelo MED 2.0, previsto para entrar em operação até o final de 2025.
O MED 2.0 apresenta uma mudança muito importante, que é a ampliação do poder de bloqueio e devolução de valores. Em vez de se limitar à conta diretamente envolvida na fraude, o novo sistema permitirá o bloqueio e a devolução de recursos em outras contas relacionadas aos golpistas.
Essa medida pretende combater quadrilhas de criminosos que dispersam o dinheiro obtido por meios fraudulentos, dificultando a recuperação dos valores pelas vítimas.
Meta é reduzir o prejuízo dos usuários
Em 2023, apesar de 2,5 milhões de casos de fraudes no Pix registrados, o MED original reembolsou apenas 9% dos pedidos de ressarcimento. O MED 2.0, com sua capacidade ampliada de bloquear e devolver valores, busca elevar essa taxa de recuperação, diminuindo o prejuízo financeiro dos usuários e combatendo a ineficiência do sistema atual.
Uma pesquisa recente revelou que 90% dos brasileiros desconhecem o MED, o que mostra a necessidade de ampliar a divulgação do mecanismo de reembolso. O Banco Central e a Febraban pretendem intensificar as campanhas informativas, tornando o MED 2.0 mais conhecido e acessível à população.
O MED 2.0 poderá bloquear e devolver recursos não apenas da conta diretamente envolvida na fraude, mas também de outras contas relacionadas aos golpistas. O novo sistema utilizará ferramentas mais sofisticadas para identificar e barrar transações fraudulentas, reduzindo a ocorrência de golpes.
Terá ainda um processo de solicitação de reembolso mais simples e intuitivo, facilitando o acesso das vítimas à reparação dos danos. Ele representa um passo importante na luta contra os golpes no Pix.
O Banco Central e a Febraban, em conjunto com as instituições financeiras e a sociedade civil, devem manter um trabalho permanente de aprimoramento das medidas de segurança, educação financeira e combate à fraude, garantindo um ambiente digital mais seguro para transações no Pix.
