A dor é uma experiência universal, mas isso não significa que todos a sentem da mesma forma. Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, revelaram que homens e mulheres têm percepções diferentes da dor.
A descoberta, publicada na revista Brain, destaca que essas diferenças estão nos nociceptores, sensores das células nervosas responsáveis por detectar a dor e transmiti-la ao cérebro. Logo, esse avanço promete mudar como entendemos e tratamos a dor, considerando especialmente as diferenças entre os sexos.
Tratamentos para dor devem considerar o sexo do paciente
Até então, se sabia que homens e mulheres respondem de maneira distinta à dor, mas não se compreendia o motivo. Essa pesquisa detalhou as diferenças na excitabilidade das células nociceptoras em humanos, primatas não humanos e camundongos. Durante os testes, observaram que a prolactina, hormônio ligado à lactação, sensibiliza apenas os nociceptores femininos.
Por outro lado, a orexina B, neurotransmissor que mantém a pessoa acordada, mostrou-se mais relacionada à sensibilidade dos nociceptores masculinos. Com essas evidências, fica claro que tratamentos para dor devem considerar o sexo do paciente para serem mais eficazes.
Quais são as piores dores, seja para homens ou mulheres?
Para entender a complexidade da dor, é importante conhecer algumas das dores mais intensas que afligem as pessoas. A neuralgia do trigêmeo é uma delas.
Essa condição afeta o nervo trigêmeo, responsável por sensações no rosto, e causa dores súbitas e severas, muitas vezes descritas como choques elétricos. Essas dores podem ser desencadeadas por ações simples como mastigar, falar ou até tocar levemente o rosto.
(Foto: fizkes/Shutterstock)
Além disso, a endometriose é outra condição que gera dores extremamente fortes. Nela, as células do endométrio, que normalmente revestem o útero, crescem fora dele, causando inflamação e dor. Essa dor pode ser intensa durante o período menstrual, nas relações sexuais e até durante evacuações.
Em razão disso, mulheres com endometriose descrevem a dor como incapacitante, afetando seu dia a dia e sua saúde mental.
Por fim, outro exemplo de dor intensa é a fratura óssea. Ou seja, quando um osso se quebra, o corpo reage com dor aguda e muitas vezes insuportável. As fraturas podem ser completas ou parciais e resultam de traumas, uso excessivo ou doenças que enfraquecem os ossos, como a osteoporose.
Além da dor, fraturas podem causar perda de função na área afetada, demandando tratamentos longos e muitas vezes dolorosos para recuperação.