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Cientistas alertam: se você tem alergias, elas estão prestes a piorar

No inverno, alergias aumentam devido às mudanças climáticas e afetam a saúde pública.



Com a chegada do inverno no Hemisfério Sul, milhões de pessoas enfrentam um aumento nas crises de alergias. Diferente de outras estações, no inverno de países tropicais como o Brasil, as árvores continuam floridas. Ou seja, elas liberam pólen que induz alergias – uma condição mais comum na primavera do Hemisfério Norte.

Além disso, a estação é mais seca e menos fria do que antigamente. As mudanças climáticas intensificam esses problemas, estendendo a estação de crescimento das plantas e a liberação de pólen, agravando as alergias respiratórias.

Alergias de inverno impactam a saúde pública

Imagem: Reprodução

Pesquisas indicam que até 2100, a quantidade de pólen pode aumentar em 40%. Mesmo com florestas e pastagens sendo afetadas pela seca e calor, algumas gramíneas e árvores que produzem pólen prosperam, aumentando a produção de folhas e pólen.

Estudos mostram que, na América do Norte, a estação do pólen chega 20 dias antes, dura oito dias a mais e libera 20% mais pólen no ar comparado há 30 anos. Então, se essa tendência continuar, a estação do pólen poderá começar 40 dias antes e se estender por 19 dias a mais até o final do século.

As alergias sazonais causadas pelo pólen têm um impacto na saúde pública. Segundo Allison Steiner, cientista atmosférica, muitas pessoas são afetadas por alergias sazonais, mas os modelos de previsão de pólen ainda são inadequados.

Steiner e sua equipe desenvolveram modelos que preveem as emissões de pólen em resposta a fatores como temperatura e precipitação para as 15 plantas mais comuns que causam alergia. Os modelos também consideram o aumento do dióxido de carbono atmosférico. Ou seja, ele é resultante das mudanças climáticas, e as mudanças na distribuição das plantas ao longo do tempo.

Pesquisadores compararam a quantidade de pólen nos Estados Unidos durante um período histórico e dois cenários climáticos futuros. O cenário mais extremo prevê uma estação de pólen prolongada e mais intensa, dobrando as tendências dos últimos 30 anos. Porém, o cenário mais moderado sugere que os impactos do pólen diminuem pela metade.

Consequências educacionais e produtivas das alergias

Estudos indicam que alunos com alergias têm um desempenho escolar inferior, enquanto adultos enfrentam redução na produtividade no trabalho durante crises alérgicas. Os dias com altas concentrações de pólen são associados a um aumento nas visitas ao pronto-socorro por asma, elevando os custos para indivíduos e sistemas de saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050, metade da população mundial sofrerá de algum distúrbio alérgico, afetando atualmente de 10% a 30% dos adultos e até 40% das crianças.

Adicionalmente, os poluentes atmosféricos também agravam as alergias. Eles destroem as paredes celulares do pólen, criando partículas menores que penetram mais profundamente nos pulmões e são mais perigosas.

O monitoramento é trabalhoso e exige identificação manual dos grãos de pólen. Contudo, empresas desenvolvem técnicas de IA para automatizar a contagem, tornando-a mais eficiente.

Essas soluções possibilitam projeções semanais de contagens de pólen, semelhantes às previsões de qualidade do ar, ajudando a lidar com as mudanças no pólen e minimizando os danos à saúde.

William Anderegg, professor associado da Universidade de Utah, destaca que combater as mudanças climáticas trará benefícios para a saúde respiratória, reduzindo os impactos das alergias sazonais.




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