Pode até parecer saudável à primeira vista, mas consumir alguns peixes é um risco sério para a saúde. Afinal, muitos são peixes contaminados por mercúrio, metal pesado altamente tóxico, afeta principalmente os sistemas cardiovascular, digestivo, imunológico e nervoso. Os sintomas, muitas vezes irreversíveis, podem surgir meses ou até anos após a exposição, tornando o monitoramento e controle do consumo de certos peixes essencial para prevenir doenças graves.
No entanto, isso não significa que todos os peixes devem ser evitados completamente. Esse cuidado é particularmente importante para mulheres grávidas, lactantes e crianças. Afinal, o mercúrio pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo, além de causar problemas motores e de aprendizado.
Aprenda a identificar os peixes contaminados
Os peixes mais contaminados por mercúrio são geralmente predadores de vida longa. Entre eles estão: atum fresco, peixe-espada, tubarões-azuis, peixe-agulha, garoupa, maruca, cherne, espadarte, cação e a tintureira. Além disso, estudos indicam que a quantidade de mercúrio aumenta a cada nível da cadeia alimentar, passando de presa para predador.
No Brasil, a região norte, especialmente o Pará, apresenta altos níveis de mercúrio em seus peixes. Afinal, a intensa mineração de ouro na região contamina os rios, elevando os níveis do metal. Assim, é crucial estar atento à origem dos peixes consumidos para evitar a ingestão de altos níveis de mercúrio.
Para minimizar os riscos, é importante seguir algumas orientações. Primeiramente, varie as espécies de peixe consumidas, priorizando aquelas com menor teor de mercúrio. Em segundo lugar, prefira peixes de criadouros certificados, que seguem padrões rigorosos de qualidade e segurança alimentar.
Gestantes, lactantes e crianças devem evitar completamente peixes com altos níveis de mercúrio. Para os demais, a moderação é a chave: pequenas porções, poucas vezes ao mês, são a melhor maneira de aproveitar os benefícios do peixe sem comprometer a saúde.
Atum é considerado um dos peixes com maior nível de mercúrio. (Foto: Shutterstock)
Peixes seguros e seus benefícios
Espécies como sardinha, salmão e tilápia possuem níveis mais baixos de mercúrio e podem ser consumidas com segurança. Incluir peixes seguros na dieta, pelo menos uma vez por semana, traz vários benefícios à saúde. Exemplos são o fornecimento de proteínas de alta qualidade, ácidos graxos ômega-3, vitaminas e minerais essenciais.
Os ácidos graxos ômega-3, presentes em peixes como salmão e sardinha, são fundamentais para a saúde cardiovascular, ajudam a reduzir a inflamação e melhoram a função cerebral. Além disso, o consumo regular de peixe está associado a um menor risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas e derrames.
Além das preocupações com a saúde, é fundamental considerar o impacto ambiental da pesca e do consumo de peixes. Optar por peixes provenientes de pesca sustentável e de aquicultura responsável ajuda a preservar os ecossistemas marinhos e a garantir que futuras gerações também possam usufruir dos benefícios do peixe na dieta.