Os smartphones guardam alguns dos nossos dados mais íntimos, mas você estaria disposto a compartilhá-los com seu parceiro? Alguns casais, sim. E inclusive acreditam que essa pode ser a chave para um relacionamento saudável.
É o que mostra o estudo conduzido por Periwinkle Doerfler e colegas da Universidade de Nova York. Segundo a análise, 51% das pessoas estão confortáveis em compartilhar seu PIN com o parceiro, mas outras formas de compartilhamento de dados são menos aceitáveis.
Alguns casais dividem o PIN do celular, será que o hábito é saudável? – Foto: Canva PRO
Saudável para o relacionamento ou não?
A pesquisa analisou os hábitos e percepções do público sobre o compartilhamento de acesso a smartphones com parceiros.
Os resultados mostraram que um pouco mais da metade dos entrevistados considera comum e saudável compartilhar o PIN do smartphone em relacionamentos modernos.
Contudo, a aceitação de compartilhar outros dados digitais, como histórico de pesquisa na internet ou dados de localização, é bem menor.
O estudo destaca que o compartilhamento de dados íntimos com parceiros pode ser um ponto de discórdia. A maioria está disposta a compartilhar o PIN; no entanto, outros dados, como histórico de navegação e localização, são vistos com mais reservas.
Psicologia explica
Especialistas da área de psicologia explicam que a decisão de compartilhar ou não esses dados é influenciada por vários fatores psicológicos e sociais. A confiança mútua, a percepção de privacidade e a necessidade de transparência são elementos que desempenham um papel fundamental nessa dinâmica.
Neste sentido, o estudo aponta que, enquanto o compartilhamento de PIN pode ser visto como um ato de confiança, o compartilhamento de dados mais pessoais pode gerar desconforto e insegurança.
O compartilhamento do PIN ou de outros dados pode ser algo delicado. De acordo com um estudo da Kaspersky, 62% dos brasileiros compartilham as senhas de seus celulares com os parceiros. Isso, que inicialmente pode parecer um ato de transparência, pode causar problemas em relacionamentos onde falta confiança ou conhecimento mútuo.
No mundo das paqueras online, a pesquisa revela que 10% dos usuários de aplicativos de relacionamento foram vítimas de ‘doxing’, que é a exposição pública de dados pessoais sem permissão. Além disso, existe um risco significativo de sequestros.
Compartilhar senhas, fora de um contexto de relacionamento saudável, pode comprometer a privacidade, especialmente quando um dos parceiros exige acesso total ao conteúdo do outro para confiar nele.
O estudo indica que 25% dos brasileiros já sofreram ou sofrem perseguição abusiva por meio de dispositivos tecnológicos, com as mulheres sendo as mais afetadas. Em casos graves, isso pode ser um sinal de violência doméstica.
A pesquisa também revela que 52% dos participantes são monitorados em suas atividades digitais. Sinais de que o celular está sendo monitorado incluem a bateria acabar rápido, reinicializações inesperadas, aplicativos acessando o GPS e históricos de navegação com resultados estranhos.