Os casos de febre do Oropouche dispararam em 2024 e preocupam especialistas. Atualmente, há um registro de aumento de quase 200 vezes em comparação aos últimos 10 anos. Pesquisadores brasileiros revelaram dados que mostram que o vírus passou por mutações, tornando-se mais agressivo e contribuindo para o retorno da doença no Brasil entre 2023 e 2024.
A epidemia atual é impulsionada por uma nova variante do arbovírus OROV, que possui a capacidade de se replicar até 100 vezes mais que a versão original e de escapar parcialmente da resposta imunológica.
As conclusões foram apresentadas em um estudo em pré-print, disponível no repositório medRxiv, ainda sem revisão por pares.
Casos de febre oropouche estão crescendo no país – Foto: Canva PRO
A febre do Oropouche é considerada uma doença negligenciada, assim como a malária e outras arboviroses, como a dengue.
Embora a doença seja conhecida na América do Sul desde os anos 1950, houve um aumento significativo de casos entre novembro de 2023 e junho de 2024. Além do Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru também confirmaram casos da doença.
No Brasil, foram registrados casos autóctones em regiões que anteriormente não eram endêmicas, abrangendo 21 estados e resultando em um aumento expressivo na incidência em todo o país.
Sintomas e transmissão
Os sintomas da febre do Oropouche incluem dores de cabeça, musculares, náuseas, diarreia, tontura, dor ocular, calafrios e, em casos mais graves, podem ocorrer complicações no sistema nervoso central ou manifestações hemorrágicas.
Os sinais se confundem com os da dengue; por isso, as autoridades têm reforçado a importância de um diagnóstico cuidadoso por parte dos profissionais de saúde.
Apesar desses sintomas conhecidos, a doença tem sido alvo de estudos na região amazônica devido à sua alta incidência. Pesquisas realizadas por institutos como o Instituto Evandro Chagas, referência em doenças tropicais, têm contribuído para a compreensão da febre do Oropouche e sua disseminação.
A transmissão pelo mosquito maruim, presente em áreas florestais e urbanas, é um dos fatores que dificultam o controle da doença, especialmente em regiões com grande presença de mosquitos.
Tratamento da doença
O tratamento da febre do Oropouche é sintomático, uma vez que não há cura específica para a doença. Neste sentido, o mais indicado é que o paciente busque assistência médica imediata ao apresentar sintomas suspeitos, para receber o cuidado adequado e evitar complicações.
As recomendações de prevenção incluem evitar áreas endêmicas, usar roupas protetoras que cubram a pele, aplicar repelentes e instalar telas em portas e janelas para impedir a entrada de mosquitos.
Em áreas afetadas, campanhas de conscientização e medidas de controle de vetores são essenciais para reduzir o risco de surtos.