Quando pensamos em eventos devastadores, como um ataque nuclear, a pergunta que surge é: quem sobreviveria? Entre todas as espécies que habitam o planeta, algumas são incrivelmente resistentes, capazes de suportar condições extremas.
Curiosamente, uma bactéria é considerada o ser vivo mais resistente da Terra: deinococcus radiodurans. Essa espécie foi destacada em um estudo publicado na revista Science por sua impressionante capacidade de suportar altos níveis de radiação e condições hostis.
Bactéria é considerada o ser mais resistente do mundo – Foto: Reprodução
A resistência da Deinococcus radiodurans
Enquanto os humanos podem suportar apenas até 500 rads de radiação, a deinococcus radiodurans sobrevive a até 1,5 milhão de rads. Essa resistência é cerca de três mil vezes maior do que a de qualquer ser humano. O segredo está em sua capacidade de reparar o DNA, mesmo após danos severos.
Outros seres vivos conseguem recuperar até cinco quebras no DNA, já a deinococcus radiodurans pode reparar mais de 200, graças a um anel protetor que envolve seu material genético.
Além de sua resistência à radiação, essa bactéria pode sobreviver à desidratação completa e suportar temperaturas elevadas, características que a tornam uma verdadeira sobrevivente.
Em condições normais, ela prospera em ambientes onde a maioria das formas de vida não duraria muito tempo, como em locais altamente radioativos ou extremamente quentes.
Essas capacidades fazem dela uma das formas de vida mais fascinantes para cientistas que estudam a adaptação biológica, a evolução e até a possibilidade de vida extraterrestre.
O animal mais resistente do mundo
Se a deinococcus radiodurans é o ser vivo mais resistente, o título de animal mais resistente vai para o tardígrado. Esse microanimal, também conhecido como ‘urso d’água’, tem habilidades de sobrevivência surpreendentes.
Ele pode entrar em um estado chamado criptobiose, no qual desidrata seu corpo e suspende todas as suas funções vitais, podendo ficar assim por anos.
Essa habilidade foi testada em 2007, durante a missão espacial FOTON-M3, quando tardígrados foram levados ao espaço e expostos à radiação cósmica, vácuo e variações extremas de temperatura.
Após retornarem à Terra, muitos dos animais sobreviveram, demonstrando que podem resistir até mesmo ao ambiente extremo do espaço.
Além disso, os tardígrados podem sobreviver a temperaturas de -200°C a mais de 150°C, pressão intensa (maior do que a encontrada no fundo do oceano) e níveis de radiação que destruiriam quase qualquer outro organismo.
Eles são encontrados em diversos habitats, desde florestas tropicais até os desertos mais áridos.
Tardígrado é o animal mais resistente do mundo – Foto: Reprodução