A percepção de que as classes sociais se dividem apenas em “ricos e pobres” é simplista e não consegue capturar a verdadeira complexidade da estrutura socioeconômica brasileira. As pesquisas da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) revelam uma realidade muito mais intrincada.
Em 2015, a ABEP lançou o Critério de Classificação Econômica Brasil, uma metodologia que considera múltiplos fatores, como escolaridade, renda familiar e acesso a serviços básicos. Esta abordagem permite uma identificação mais precisa das diversas classes sociais no país.
O conceito de nova classe social
De forma ampla, a “nova classe social” abrange grupos que compartilham características socioeconômicas, culturais e políticas.
Esses grupos ajudam a organizar a sociedade em diferentes padrões de renda, estilo de vida e influência. Desse modo, é possível entender melhor a complexidade das divisões sociais atuais.
O Critério Brasil avalia fatores como a escolaridade do chefe da família, o número de banheiros na residência e a presença de água encanada. Além disso, considera a renda total familiar, comparando-a com o salário mínimo em vigor. Dessa forma, as famílias são classificadas em categorias sociais específicas.
Classes sociais no Brasil
A pesquisa da ABEP divide as classes sociais brasileiras em cinco grupos principais.
- Classe A: Famílias com rendas acima de 20 salários mínimos, mais de R$ 28.240 mensais.
- Classe B: Subdividida em B1 e B2, com rendas entre 10 e 20 salários mínimos (R$ 14.120 a R$ 28.240).
- Classe C: Renda entre 4 e 10 salários mínimos, de R$ 5.648 a R$ 14.120. A maioria dos brasileiros está nesta classe.
- Classe D: Famílias com renda entre 2 e 4 salários mínimos, R$ 2.824 a R$ 5.648 mensalmente.
- Classe E: Rendas de até 2 salários mínimos, no máximo R$ 2.824 mensais.
Distribuição da população brasileira
Classe social | Percentual da população |
---|---|
Classe A | 2,9% |
Classe B1 | 5,1% |
Classe B2 | 16,7% |
Classe C1 | 21% |
Classe C2 | 26,4% |
Classe DE |
27,9% |
Os dados apontam que aproximadamente 75% dos brasileiros estão nas classes C, D e E, vivendo com rendas que não ultrapassam R$ 3.500 mensais. Isso revela uma estrutura social ainda marcada por desigualdades, mas em constante transformação.
Compreender como as classes sociais se dividem no Brasil vai muito além de números e tabelas. É um retrato das condições de vida, das oportunidades e dos desafios que milhões de brasileiros enfrentam diariamente.