Um levantamento recente conduzido pela pesquisadora Janaína Feijó, do FGV-Ibre, apresentou um panorama das profissões mais bem pagas do Brasil na atualidade. Utilizando dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes ao segundo trimestre de 2023, o estudo evidencia a importância da qualificação para alcançar melhores salários.
O relatório sublinha que o investimento na educação é um fator decisivo para garantir retornos financeiros significativos no mercado profissional. Em média, profissionais com ensino superior completo ganham quatro vezes mais que aqueles com menos de um ano de estudo e o dobro em relação aos que completaram o ensino médio.
Além disso, os mais qualificados enfrentam menores taxas de desemprego (por volta de 3,8%), enquanto entre aqueles que possuem apenas o ensino médio, a taxa chega a 9,2%.
Profissões com os melhores salários no Brasil
A pesquisa revela que médicos especialistas lideram o ranking das ocupações mais bem remuneradas do país, com rendimentos médios de R$ 18.475. Em seguida, aparecem matemáticos, atuários e estatísticos, com média salarial de R$ 16.568. Veja o top 15:
- Médicos especialistas – R$ 18.475
- Matemáticos, atuários e estatísticos – R$ 16.568
- Médicos gerais – R$ 11.022
- Geólogos e geofísicos – R$ 10.011
- Engenheiros mecânicos – R$ 9.881
- Desenvolvedores de programas e aplicativos – R$ 9.210
- Engenheiros industriais e de produção – R$ 8.849
- Economistas – R$ 8.645
- Engenheiros eletricistas – R$ 8.422
- Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins – R$ 7.877
- Engenheiros civis – R$ 7.538
- Desenhistas e administradores de bases de dados – R$ 7.301
- Advogados e juristas – R$ 7.237
- Engenheiros químicos – R$ 7.161
- Analistas de sistemas – R$ 7.005
Apesar dos altos valores, houve quedas nos rendimentos dessas categorias nos últimos anos.
Médicos especialistas perderam 13% de seus ganhos desde 2012, e apenas as áreas tecnológicas conseguiram aumentar seu retorno financeiro, com desenvolvedores de programas e aplicativos crescendo 39%.
Ocupações com menor remuneração
No extremo oposto do levantamento, os profissionais da área de educação aparecem com os menores salários.
Professores do ensino pré-escolar recebem, em média, R$ 2.285, enquanto outros profissionais de ensino ganham R$ 2.554.
- Professores do ensino pré-escolar – R$ 2.285
- Outros profissionais de ensino – R$ 2.554
- Outros professores de artes – R$ 2.629
- Físicos e astrônomos – R$ 3.000
- Assistentes sociais – R$ 3.078
- Bibliotecários, documentaristas e afins – R$ 3.135
- Educadores para necessidades especiais – R$ 3.379
- Profissionais de relações públicas – R$ 3.426
- Fonoaudiólogos e logopedistas – R$ 3.485
- Professores do ensino fundamental – R$ 3.554
Nessa lista, professores de artes enfrentaram a maior redução salarial, com 45% de perda. Já professores para necessidades especiais e do ensino fundamental tiveram um aumento de 14% e 7%, respectivamente.
Esses dados reforçam a importância de uma formação sólida para conquistar melhores posições no mercado de trabalho, mas também a necessidade de políticas que incentivem o setor de educação.