Em meio ao cenário de guerra, a capital da Ucrânia se transformou em ponto de atenção global não apenas pela situação geopolítica, mas também por uma questão linguística. O nome da cidade, seja Kiev ou Kyiv, está gerando debates intensos nas redes sociais.
A questão não é meramente gramatical, mas envolve aspectos históricos e culturais importantes ligados à cidade ucraniana. Entenda a raiz da disputa.
Kiev ou Kyiv?
As duas formas de escrever o nome da capital remetem a diferentes influências linguísticas. “Kiev” é derivado do russo, enquanto “Kyiv” origina-se do ucraniano.
Ambas as línguas compartilham uma raiz comum, o eslavo oriental, refletindo a história compartilhada entre Ucrânia, Rússia e Bielorrússia.
A disputa sobre a grafia do nome não é recente. Em 2018, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia promoveu a campanha #KyivNotKiev, um movimento que buscava afirmar a identidade ucraniana em meio à crescente tensão com a Rússia desde 2014.
A questão, portanto, vai além da linguística, tocando também em temas políticos latentes que dividem opiniões e transformam a vida da população.
Implicações culturais e históricas
Durante o período em que a Ucrânia fez parte da União Soviética, o russo predominava na região. Assim, o nome “Kiev” se espalhou e tornou-se amplamente aceito internacionalmente, incluindo no Brasil. Este legado soviético explica a prevalência do termo em muitos países.
No Brasil, a grafia “Kiev” é mais comum devido à influência histórica russa, e as buscas no Google Trends confirmam essa preferência.
No entanto, com a crescente conscientização sobre a identidade nacional ucraniana, a versão “Kyiv” tem ganhado espaço, impulsionada pelo contexto atual da guerra.
Portanto, a escolha entre “Kiev” e “Kyiv” transcende o simples ato de escrever corretamente, sendo um reflexo das complexidades históricas, culturais e políticas que cercam a Ucrânia e sua capital.
O debate continua a evoluir, à medida que o mundo se adapta ao cenário em constante mudança na região.