R$ 80 mil por assento: primeira classe aérea se torna privilégio cada vez mais raro

A oferta de passagens em primeira classe aérea diminui globalmente, fazendo dela um luxo reservado a ainda menos pessoas.



Com o retorno dos passageiros de alto poder aquisitivo, as empresas aéreas estão investindo na renovação da primeira classe dos aviões. As novas cabines se assemelham a quartos de hotel, oferecendo comodidades que vão de camas duplas a chuveiros.

A Lufthansa, em especial, está à frente desse movimento e investiu US$ 2,7 bilhões (R$ 16 bi) para transformar suas aeronaves de longa distância até este ano. As novas suítes incluem aquecimento, resfriamento e guarda-roupas para os passageiros.

Enquanto isso, outras companhias como Qantas e Cathay Pacific estão adotando inovações semelhantes, apostando que a demanda por luxo no ar continuará a crescer.

A IATA observa um retorno substancial nas viagens premium, próximo aos níveis pré-pandêmicos.

Apostas no luxo e inovação

Mesmo com o cenário econômico desafiador, as companhias aéreas acreditam que o segmento de luxo ainda é promissor. As novas suítes de primeira classe da Lufthansa, por exemplo, trazem portas para maior privacidade e um design que lembra um quarto de hotel.

Além disso, a Qantas também está introduzindo suas cabines sofisticadas, juntando-se a outras empresas que já oferecem suítes fechadas, como Singapore Airlines e Emirates.

Com custo elevado, essas experiências são voltadas para passageiros que buscam exclusividade e conforto inigualáveis.

Primeira classe fica cada vez mais rara

Apesar das adaptações feitas pelas companhias, esse símbolo de exclusividade está cada vez mais escasso no Brasil.

O segmento de mercado, embora ainda presente em algumas rotas, enfrenta a concorrência direta da classe executiva, que vem passando por aprimoramentos contínuos.

O custo de uma passagem na categoria mais luxuosa ultrapassava R$ 80 mil em 2022, dependendo do destino. Viagens para a Europa partiam de R$ 50 mil, para os Estados Unidos de R$ 60 mil e para o Oriente Médio de R$ 80 mil.

Embora o conforto oferecido justifique, em parte, os valores, a demanda tem diminuído ao longo dos anos.

Algumas empresas, como a Latam e a United, já abandonaram a primeira classe em suas rotas brasileiras, focando em melhorar a classe executiva. A Qatar Airways, reconhecida pelo luxo, não oferece mais essa opção em voos para o Brasil, reforçando os serviços na executiva.

A decisão se baseia, em parte, na evolução do conforto e dos serviços oferecidos na classe executiva, que cada vez mais se assemelha à experiência da primeira classe de anos atrás.

Futuro da primeira classe

O conforto oferecido nas raras primeiras classes remanescentes é inigualável. A Emirates oferece aos seus passageiros de primeira classe suítes privativas, serviço de banho a bordo e cardápio requintado.

A Air France, em sua sala VIP em Paris, proporciona tratamentos de beleza e pratos de chefs renomados.

A American Airlines ainda mantém a primeira classe em rotas para o Brasil, mas com planos de descontinuação devido à baixa procura. Há cerca de dois anos, passagens para Miami e Nova York custavam entre R$ 60 mil e R$ 65 mil, e agora estão ainda mais caras.

Conforme a classe executiva continua a evoluir, a primeira classe pode se tornar um relicário do passado, apreciada por poucos aficionados do luxo em voos.




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