A criação do termo “cientista” tem uma história singular que remete à notável Mary Somerville, uma renomada mulher da Escócia, ativa durante o século XIX, destacou-se em diversos campos científicos.
Além de suas contribuições à ciência, Somerville demonstrou até talento em áreas artísticas e linguísticas, pois tocava piano e era fluente em várias línguas.
Somerville foi fundamental na elaboração de um tratado em 1834 que revolucionou o ensino científico na Universidade de Cambridge.
Ao abordar disciplinas como matemática, astronomia e geologia de maneira integrada, seu trabalho suscitou uma mudança de perspectiva significativa. Tal impacto foi tão profundo que exigiu a criação de um novo termo para descrevê-la.
Até aquele momento, o termo “homem da ciência” prevalecia. No entanto, o revisor William Whewell percebeu que tal expressão era inadequada para capturar a essência do trabalho de Somerville.
Por isso, ele introduziu o neologismo (para a época) “cientista” em um artigo que também estabelecia paralelos com o termo “artista”.
Mary Somerville viveu entre 1780 e 1872 na Europa – Imagem: reprodução/Wikipédia
O legado de Mary Somerville
Mary não apenas ampliou os horizontes científicos, mas também lutou pelo direito ao voto feminino e dedicou-se à educação de Ada Lovelace, a primeira programadora da história.
Em sua vida pessoal, Somerville teve quatro filhos e ainda encontrou tempo para suas pesquisas e causas sociais, o que mostra a sua versatilidade em muitos campos.
A introdução de “cientista” como um termo neutro não tinha intenção de apagar as diferenças de gênero. Em vez disso, visava celebrar a capacidade feminina de iluminar o conhecimento por meio da conexão de diferentes áreas do saber. Tal escolha linguística refletia a contribuição única de Somerville à ciência.
Whewell, ao criar o termo, buscou inspiração na palavra “artista”, a fim de destacar a criatividade e a interdisciplinaridade tanto nas artes quanto nas ciências da própria Mary Somerville.
Hoje, o termo “cientista” é amplamente utilizado, mas seu surgimento se deve à necessidade de reconhecer a abrangência do trabalho dessa “gênia” da época.
A dedicação de Mary Somerville e sua habilidade em unir diferentes campos do conhecimento continuam a inspirar gerações.
A palavra “cientista” não só transcende os gêneros, mas também homenageia uma visão integradora da ciência, característica de Mary.
Portanto, a história dessa melhor evidencia o poder transformador da educação e a importância da igualdade de gênero no mundo.