É o seu? Tipo de trabalho específico reduz o risco de demência

Pesquisa publicada na Neurology revela que trabalhos intelectualmente desafiadores protegem o cérebro contra o declínio cognitivo.



O tipo de trabalho que você exerce pode influenciar diretamente a saúde do seu cérebro ao longo da vida. Profissões que desafiam o raciocínio e exigem criatividade podem ser mais do que apenas realizações profissionais: elas atuam como uma proteção contra o declínio cognitivo.

De acordo com um estudo publicado na revista Neurology, atividades que exigem alto estímulo intelectual estão associadas a um risco reduzido de demência.

A pesquisa analisou cerca de 7 mil trabalhadores noruegueses em 305 diferentes profissões e revelou uma ligação clara entre a complexidade do trabalho e a preservação das funções cognitivas.

Profissões que previnem o declínio cognitivo

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A demência, mais comum em pessoas idosas, é um conjunto de sintomas que afeta a memória, o raciocínio e a vida diária. (Foto: Paola Giannoni/Getty Images Signature)

A pesquisa mostrou que 42% das pessoas em ocupações menos desafiadoras mentalmente apresentaram comprometimento cognitivo leve, enquanto apenas 27% das pessoas em funções altamente estimulantes tiveram o mesmo diagnóstico. Entre os trabalhos mais protetores, estão aqueles que exigem análise e interação interpessoal, como o de professores.

Os cientistas explicaram que essas ocupações promovem raciocínio constante e envolvem a resolução de problemas complexos, habilidades que ajudam a preservar o cérebro ao longo do tempo.

Atividades repetitivas e de baixa exigência intelectual, por outro lado, oferecem menos benefícios nesse sentido, aumentando a vulnerabilidade ao declínio cognitivo com o passar dos anos.

Além disso, o estudo destacou que as atividades cognitivamente protetoras estão frequentemente associadas a um maior nível de escolaridade, fator que reforça a construção de uma reserva cognitiva ao longo da vida. Essa reserva ajuda a compensar os efeitos naturais do envelhecimento no cérebro.

Educação como aliada no combate ao declínio mental

A educação formal também teve papel de destaque na pesquisa. Segundo os resultados, cerca de 60% da proteção oferecida por trabalhos desafiadores está diretamente ligada ao nível educacional dos indivíduos.

Isso indica que quanto mais cedo se investe em educação e estímulo contínuo, maior é a chance de um envelhecimento mental saudável.

“A saúde mental não está escrita em pedra. Podemos capacitar as pessoas para um envelhecimento cognitivo mais saudável com educação continuada e atividades que desafiam o cérebro”, afirmou Trine Edwin, autora do estudo.

Esses resultados reforçam a importância de escolhas profissionais que estimulem a mente e também destacam o valor de uma formação educacional robusta como fator protetor.

Investir no aprendizado ao longo da vida e em trabalhos que exijam raciocínio crítico pode não apenas retardar o declínio cognitivo, mas também melhorar a qualidade de vida na terceira idade.

Adotar uma rotina intelectualmente ativa, seja no trabalho ou em atividades extracurriculares, é uma das maneiras mais eficazes de proteger a mente e prevenir condições como a demência. Essa abordagem integrada pode fazer a diferença para a saúde do cérebro ao longo da vida.




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