A contagem regressiva para o Réveillon é um momento tradicional em várias culturas, marcando o fim de um ciclo e o início de outro. Mas, para a ciência, o conceito de “virada de ano” não passa de uma convenção social.
A ideia de que o ano termina no dia 31 de dezembro à meia-noite é uma construção baseada no calendário gregoriano, adotado no Ocidente desde 1582.
Embora o calendário marque o encerramento de um ciclo, a ciência vê a passagem do tempo de forma diferente. Não há nenhum fenômeno específico que aconteça nesse exato momento para justificar o fim de um ano e o início de outro.
Em termos astronômicos, o que chamamos de “ano” é apenas uma referência ao tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol.
Por que escolhemos essas datas para encerrar o ano?
O dia 31 de dezembro foi estabelecido como o último do ano porque o calendário gregoriano, criado para corrigir erros do antigo calendário juliano, definiu essa contagem. Contudo, a escolha dessa data não tem base científica; ela foi, na prática, uma decisão social e religiosa para alinhar o tempo ao ciclo solar e às celebrações culturais.
Curiosamente, o tempo exato que a Terra leva para completar sua órbita – cerca de 365,25 dias – não se ajusta perfeitamente ao calendário. Por isso, adicionamos um dia extra a cada quatro anos, criando o ano bissexto, para corrigir essa discrepância.
Ainda assim, a escolha de quando o ciclo orbital começa ou termina poderia ser feita em qualquer momento. Outros calendários, como o lunar utilizado em algumas culturas, têm datas de início completamente diferentes.
Nem todos os anos são iguais, segundo a ciência
Além da arbitrariedade das datas, a ciência revela que os anos nunca têm exatamente a mesma duração. Astrônomos explicam que a órbita da Terra é afetada por forças gravitacionais de outros planetas, como Júpiter, além de pequenas variações no movimento de rotação e translação.
Diferentes métodos para medir o ano também levam a resultados ligeiramente distintos. O “ano sideral”, por exemplo, calcula o tempo que a Terra leva para completar uma volta em relação a um sistema fixo de estrelas, enquanto o “ano trópico” considera o ciclo das estações. Cada um tem uma duração ligeiramente diferente, evidenciando a complexidade do tempo no Sistema Solar.
Embora esss variações sejam pequenas, ao longo de milhares de anos, poderiam alterar significativamente a data da “virada de ano”. Assim, o momento exato em que celebramos o Ano Novo reflete mais nossas tradições do que a realidade científica do tempo.