Na última segunda-feira (27), a Coca-Cola Europacific Partners (CCEP) anunciou a retirada de produtos em diversos países europeus em razão da alta concentração de clorato. O recall envolve uma quantidade significativa de bebidas da marca vendidas desde novembro na região.
O Brasil não faz parte dessa ação, pois nenhuma embalagem vendida no país está afetada.
O clorato é um subproduto do hipoclorito de sódio, utilizado na desinfecção da água. Sua formação é comum em indústrias, mas o nível elevado nos produtos da Coca-Cola resultou de erros de fabricação.
Segundo especialistas, a substância pode causar sérios riscos à saúde quando ingerida em excesso.
Riscos associados ao clorato
O composto químico é especialmente perigoso para pessoas com deficiência de iodo, já que sua ingestão afeta a função da tireoide e reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, oxidando a hemoglobina.
Altas concentrações de clorato são particularmente perigosas para crianças e bebês. A ingestão prolongada pode levar ao acúmulo da substância no organismo, aumentando os riscos à saúde.
É importante estar com a atenção voltada para o potencial de inibir a função tireoidiana e os efeitos sobre a hemoglobina.
Regulamentação e limites permitidos
Nos países europeus, a quantidade máxima de clorato permitida em produtos alimentícios é de 0,01 mg/kg. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu um limite de 0,7 mg/L desde 2021.
Esses valores visam garantir a segurança dos consumidores, mas a presença de clorato nos produtos da Coca-Cola ultrapassou esses limites, resultando na medida de recall.
Posicionamento da Coca-Cola
A Coca-Cola garantiu que o recall não afeta o mercado brasileiro e ressaltou, em comunicado, que a segurança dos consumidores é prioridade.
A CCEP, responsável pela engarrafadora local, está em diálogo constante com as autoridades da Bélgica, de Luxemburgo e dos Países Baixos para assegurar que os produtos fora dos padrões sejam retirados das prateleiras.
A remoção dos produtos é uma ação preventiva para evitar riscos à saúde. Análises independentes indicam que o risco para a saúde dos consumidores europeus é baixo, mas a Coca-Cola decidiu agir proativamente.