Cidades escondidas por 2.500 anos são descobertas na Amazônia equatoriana

Pesquisadores encontraram uma rede de cidades de 2.500 anos sob a Amazônia equatoriana, revelando uma civilização avançada.



Uma rede de cidades interligadas, com mais de 2.500 anos, foi identificada sob a floresta amazônica do Equador. A descoberta, feita por uma equipe de arqueólogos do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) e da Pontifícia Universidade Católica do Equador, revela a presença de uma civilização complexa na região do Vale Upano.

O estudo, publicado na revista Science, foi possível graças à tecnologia de mapeamento a laser (LiDAR), que permitiu identificar cinco grandes cidades e cerca de dez assentamentos menores. A estrutura urbana inclui sistemas de estradas largas e retas, além de áreas residenciais e cerimoniais.

A descoberta desafia a tese de que a Amazônia foi historicamente habitada apenas por pequenos grupos de caçadores-coletores.

Estruturas urbanas e técnicas agrícolas da civilização

Pesquisadores envolvidos na análise apontam que a civilização possuía um planejamento urbano sofisticado, com vias que conectavam os assentamentos. Além das estruturas urbanas, foram identificados terraços agrícolas e áreas de cultivo, sugerindo um conhecimento avançado sobre o manejo da terra.

As modificações na paisagem indicam um sistema produtivo comparável ao de outras sociedades pré-colombianas.

A localização estratégica das cidades também chama a atenção. Segundo os arqueólogos, um dos assentamentos, chamado Kilamope, ocupa uma área comparável à de Teotihuacan, no México, e ao Planalto de Gizé, no Egito.

As construções demonstram um alto nível de organização, evidenciando que os habitantes dominavam técnicas de engenharia que permitiam a ocupação sustentável da região.

A centralidade dessas cidades sugere uma sociedade com hierarquias definidas e possíveis interações comerciais com outras populações. As amplas vias interligando os assentamentos indicam uma rede estruturada, que pode ter sido usada para transporte de alimentos, bens e até informações entre as comunidades.

Tecnologia e novas perspectivas

O LiDAR tem transformado a arqueologia ao permitir a análise de terrenos cobertos por vegetação densa.

No Vale do Upano, a tecnologia revelou detalhes de uma civilização até então desconhecida, fornecendo novas perspectivas sobre a ocupação da Amazônia.

Além das cidades mapeadas, há indícios de que outras estruturas estejam soterradas sob a floresta.

Tecnologia LiDAR revela cidades antigas ocultas sob a floresta amazônica no Equador, transformando a arqueologia na região. (Foto: Reprodução/Stéphen Rostain)

O estudo reforça a visão de que a Amazônia pré-colombiana era um espaço dinâmico, com sociedades organizadas e culturalmente ricas.

Essas descobertas ressignificam o passado da floresta, indicando que civilizações altamente desenvolvidas prosperaram na região muito antes do que se imaginava.




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