Na Alemanha, possuir um cão não é apenas uma responsabilidade emocional, mas também fiscal. Além das despesas básicas, como alimentação e cuidados médicos, os tutores devem lidar com uma taxa anual que pode ultrapassar 180 euros (R$ 1.049*), dependendo da cidade e das características do animal.
Em Berlim, por exemplo, a manutenção de um único cachorro custa aos cidadãos 120 euros (R$ 699*) por ano. O valor pode aumentar para 180 euros caso o dono tenha mais de um cão ou se o animal pertencer a uma raça classificada como perigosa. Com o euro cotado a mais de R$ 6, isso representa um gasto significativo.
Tais impostos não são cobrados em vão. Em 2023, a arrecadação alemã com essa tributação alcançou 421 milhões de euros (R$ 2,4 bilhões*). A tendência é que essa cobrança continue crescendo e supere a marca de meio bilhão de euros em um futuro próximo.
Cachorros são taxados de acordo com a quantidade que cada tutor cuida – Imagem: Johann/Pexels
Sistema tributário alemão e suas influências
O sistema de imposto sobre cães na Alemanha possui raízes históricas originadas na França de Napoleão. Na Europa, o tributo é uma medida não só de arrecadação, mas também de saúde pública e controle populacional. Outros países europeus têm observado essa prática com interesse.
Além do imposto, cães em Berlim devem ser identificados com um chip, que custa 17,50 euros (R$ 102*), um procedimento crucial para o registro e controle da população canina. O não cumprimento das regras pode resultar em multas severas, que chegam a 10 mil euros (R$ 58.295*).
Essa taxação visa prevenir o abandono e melhorar a identificação de cães abandonados nas ruas. O controle rígido sobre a posse canina inclui normas para a condução em áreas públicas, com penalidades para quem desrespeitar as regras. Destaca-se, no entanto, que os gatos não são tributados, o que reflete uma política diferenciada entre cães e felinos.
Para muitos, o custo elevado pode ser um desafio, mas a medida continua a ser defendida como uma maneira eficaz de equilibrar o controle animal e contribuir para a economia do país. A questão permanece em debate, especialmente à luz das dificuldades orçamentárias enfrentadas por outros países, como a França.
* Valores de conversão consultados no dia 31 de janeiro de 2025.