O calor que sentimos no dia a dia vai além do número marcado no termômetro. Esse efeito é explicado pela sensação térmica, que leva em conta fatores como umidade, radiação solar e vento.
Em dias quentes e úmidos, por exemplo, a sensação de calor pode ser muito maior do que a temperatura real, pois a umidade tem um papel essencial nesse processo.
Quando o ar está saturado de vapor d’água, a evaporação do suor torna-se mais difícil, impedindo que o corpo se resfrie adequadamente. Como resultado, a temperatura corporal pode subir rapidamente, levando à exaustão térmica ou até mesmo a condições fatais.
Limite da sensação térmica para a sobrevivência
A ciência explica que a temperatura de bulbo úmido – que considera tanto o calor quanto a umidade do ar – é um fator determinante para a resistência do corpo humano. O limite teórico para a sobrevivência é de 35°C de bulbo úmido, pois, acima disso, o suor não evapora de maneira eficiente.
De acordo com pesquisas da Penn State University, o corpo humano pode começar a falhar em temperaturas mais baixas do que as esperadas. Em testes com voluntários jovens e saudáveis, os cientistas descobriram que o limite crítico ocorre quando a temperatura de bulbo úmido atinge cerca de 31°C em ambientes com alta umidade.
Isso equivale a 31°C com 100% de umidade ou 38°C com 60% de umidade, condições que dificultam a evaporação do suor e comprometem a regulação térmica do organismo.
Riscos do calor extremo
Quando a sensação térmica ultrapassa esses limites, o corpo entra em colapso. A circulação sanguínea fica sobrecarregada, podendo levar à falência de órgãos.
A insolação é uma das primeiras consequências, seguida pela desidratação severa e, em casos extremos, pelo choque térmico.
Mesmo antes de atingir níveis fatais, ondas de calor já representam uma ameaça global. Em 2022, mais de 61 mil pessoas morreram na Europa devido a temperaturas elevadas.
Como se proteger?

Para minimizar os riscos das altas temperaturas, é importante adotar medidas preventivas. Manter-se hidratado ao longo do dia é fundamental, pois a desidratação agrava os efeitos do calor no organismo. Sempre que possível, busque locais frescos e bem ventilados, evitando a exposição prolongada ao sol, especialmente nos horários de pico.
Outra estratégia importante é usar roupas leves e de cores claras, que ajudam a dissipar o calor e permitem que a pele respire melhor. Se precisar sair, um chapéu e protetor solar podem evitar queimaduras e reduzir a absorção de calor pelo corpo.
Por fim, é essencial estar atento aos sinais do corpo. Tontura, fraqueza e confusão mental podem indicar um golpe de calor, exigindo atenção médica imediata. Em um cenário de mudanças climáticas e ondas de calor cada vez mais frequentes, a informação e a prevenção são as melhores formas de proteção.
*Com informações de SBT News.