O custo de vida tem aumentado de forma expressiva nos últimos anos, tornando bens e serviços essenciais cada vez mais inacessíveis para muitas famílias. Gastos que antes eram administráveis no orçamento da classe média, como moradia, saúde e educação, passaram a exigir um esforço financeiro maior e, em alguns casos, foram substituídos por alternativas mais baratas.
Se os preços continuarem subindo durante os próximos dez anos, alguns itens podem deixar de fazer parte da realidade dessa parcela da população.
Setores como habitação, tecnologia e serviços básicos já demonstram sinais de encarecimento contínuo, reduzindo a capacidade de consumo e exigindo novos ajustes financeiros por parte das famílias.
Itens que a classe média pode não conseguir pagar no futuro

1. Ensino particular para crianças
As escolas particulares sempre foram uma opção para quem buscava uma educação diferenciada para os filhos. No entanto, os sucessivos aumentos nas mensalidades e custos extras, como material didático e atividades extracurriculares, tornam essa alternativa cada vez menos viável para muitas famílias.
Com a renda da classe média perdendo poder de compra, a tendência é que mais pais optem por matricular os filhos na rede pública. Isso pode levar a uma mudança no perfil das instituições particulares, que podem se tornar ainda mais exclusivas e inacessíveis.
2. Casa própria
A compra de um imóvel sempre foi vista como um dos principais marcos de estabilidade financeira. Em gerações passadas, era comum que famílias conseguissem adquirir uma casa ou apartamento após alguns anos de trabalho.
Hoje, no entanto, a valorização imobiliária tem superado os reajustes salariais, tornando o financiamento um compromisso de décadas.
A disparidade entre os preços dos imóveis e a renda média das famílias indica que, para muitos, o aluguel será a única alternativa viável. Em grandes centros urbanos, essa realidade já é visível, com uma parcela crescente da população sem perspectiva de adquirir a casa própria.
3. Atualização de tecnologia e eletrônicos
Manter-se atualizado tecnologicamente já não é apenas uma questão de conforto, mas uma necessidade em diversas áreas profissionais e educacionais.
Celulares, notebooks e dispositivos inteligentes estão cada vez mais caros, e os lançamentos ocorrem com maior frequência, tornando a renovação de equipamentos um desafio financeiro para muitas famílias.
Enquanto no passado era possível trocar de celular ou computador a cada dois ou três anos sem grandes impactos no orçamento, hoje essa substituição exige planejamento.
Assim, se os preços continuarem subindo, o acesso a novas tecnologias pode ficar restrito a versões mais antigas ou recondicionadas.
4. Planos de saúde e atendimento particular
Por fim, a contratação de planos de saúde sempre foi uma prioridade para famílias que buscam evitar a dependência do sistema público.
Contudo, os reajustes das mensalidades têm crescido a um ritmo superior ao da inflação, tornando o custo desse serviço cada vez mais elevado.
Além disso, muitos planos adotaram a coparticipação, exigindo que o usuário pague parte das consultas e exames.
Com esses valores cada vez mais altos, uma parcela da classe média pode ser forçada a buscar alternativas no atendimento público ou particular, pagando por consultas pontuais sem cobertura fixa.