Em diversas partes do mundo, mulheres têm expectativa de vida superior à dos homens. Nos Estados Unidos, por exemplo, elas vivem cerca de 80 anos, enquanto eles, aproximadamente 75.
No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as mulheres vivem em média 79,7 anos, enquanto os homens alcançam uma idade média de 73,1 anos.
A longevidade feminina persiste em todas as regiões e contextos socioeconômicos. Mesmo em situações críticas, como epidemias e fomes, as mulheres demonstram maior resistência.
Essa constatação é reforçada por Dena Dubal, professora na Universidade da Califórnia, que descreve o fenômeno como global e consistente entre os mamíferos.
Desafios e vulnerabilidades femininas
Embora vivam mais, as mulheres enfrentam desafios de saúde, especialmente após a menopausa. Bérénice Benayoun, da Universidade do Sul da Califórnia, destaca que a fragilidade física aumenta com a idade, elevando os riscos de doenças cardiovasculares e Alzheimer.
Cientistas buscam compreender essas diferenças para melhorar a saúde e a longevidade de ambos os sexos. A genética tem um papel relevante: estudos mostram que camundongos com dois cromossomos X vivem mais, sugerindo que um segundo cromossomo X pode oferecer proteção.
Influência hormonal
Os hormônios sexuais, como o estrogênio, também são investigados. Antes da menopausa, o sistema imunológico feminino é mais eficaz, o que pode explicar a maior longevidade.
Após a menopausa, entretanto, a imunidade feminina tende a enfraquecer, igualando-se à dos homens em relação a certas doenças.
Comportamento e estilo de vida
As diferenças comportamentais entre os sexos têm impacto significativo na longevidade. As mulheres, por exemplo, fumam e bebem menos, adotando mais hábitos saudáveis, como consultas médicas regulares. Kyle Bourassa, da Universidade Duke, ressalta que esses comportamentos favorecem a saúde feminina.
Impactos sociais
Fatores sociais também influenciam a expectativa de vida. Situados em empregos de risco, a população masculina foi mais afetada pela pandemia de Covid-19, quando a maior exposição ao vírus em atividades como construção civil e alimentação resultou em taxas de mortalidade superiores entre os homens.
No geral, entender as nuances que contribuem para a longevidade feminina é crucial. Avanços nessa área podem oferecer soluções para melhorar a qualidade de vida de toda a população, conforme destacam pesquisadores.