Não é sinal de loucura falar sozinho: descubra o que a psicologia diz sobre isso

Hábito de falar sozinho melhora memória, concentração e habilidades emocionais.



Muitas pessoas já se pegaram dialogando com elas mesmas em voz alta, seja durante a realização de tarefas diárias ou em momentos de introspecção.

Embora esse comportamento possa parecer estranho à primeira vista, a ciência aponta que ele oferece uma série de vantagens significativas para o desenvolvimento pessoal e emocional.

Verbalizar os pensamentos possibilita a reflexão sobre problemas e possíveis soluções, o que funciona como uma conversa interna que facilita a organização mental. Esse processo é vital para quem passa muito tempo sozinho ou desfruta de momentos de solitude.

Falar em voz alta é algo comum para pessoas que têm o hábito de aproveitar momentos sozinhos – Imagem: Lukas Rychvalsky/Pexels

Benefícios cognitivos e emocionais de falar sozinho

Falar consigo em voz alta pode aumentar o foco e melhorar o desempenho em atividades cotidianas.

Segundo Gary Lupyan, professor de psicologia da Universidade de Wisconsin, essa prática estimula habilidades cognitivas e a recuperação de memórias. Isso foi comprovado em estudos nos quais os participantes que mencionavam objetos em voz alta conseguiam localizá-los mais rapidamente.

Logo, verbalizar o nome de um item pode auxiliar na memória, pois a linguagem impulsiona o processo de recuperação de informações, o que facilita a lembrança de detalhes importantes. Por isso, falar sozinho não é apenas uma peculiaridade, mas um instrumento poderoso para a memória.

Redução da ansiedade e autodistanciamento

Já Ethan Kross, professor de psicologia da Universidade de Michigan, explora como a linguagem oferece uma perspectiva mais objetiva sobre as próprias experiências. O uso de diálogo interno instrucional ou motivacional é capaz de reduzir a ansiedade e melhorar a autoavaliação.

Referir-se a si em segunda ou terceira pessoa ajuda a criar um distanciamento emocional, algo essencial para a regulação das emoções. Isso pode levar a um maior controle sobre as próprias reações e sentimentos e impactar positivamente a autoestima.

Inteligência emocional e desenvolvimento pessoal

Anne Wilson Schaef, psicoterapeuta, ressalta que o diálogo interno é uma ferramenta eficaz para o gerenciamento emocional. Estudos mostram também que falar consigo mesmo apoia a organização de pensamentos e o planejamento de ações, o que contribui para o desenvolvimento da inteligência emocional.

Compreender e conhecer os próprios sentimentos é crucial para o crescimento pessoal. Portanto, longe de ser um comportamento excêntrico, falar sozinho tem o potencial de enriquecer a inteligência emocional, desde que seja conduzido de maneira positiva.

* Com informações do portal Minha Vida.




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