Vivemos uma epidemia de ansiedade no Brasil?

Mundialmente, país está em 11º lugar em número de casos.



A ansiedade tem se tornado uma preocupação crescente no Brasil, país que ocupa a 11ª posição no ranking mundial da condição. São 13,2 milhões de pessoas que enfrentam algum tipo de transtorno de ansiedade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2017, e a pressão da vida adulta parece ser um gatilho para isso, especialmente para mulheres jovens.

O primeiro pico de ansiedade geralmente ocorre aos 20 anos, com responsabilidades e transições da vida adulta. Tal condição não é fácil de diagnosticar e compreende inúmeras variáveis culturais e metodológicas. Em muitas culturas, a ansiedade é expressa de formas distintas, o que torna o diagnóstico preciso complexo.

Ansiedade tem se tornado comum entre os jovens de hoje, também devido à exposição às redes sociais – Imagem: Priscilla Du Preez/Unsplash

Pressão e sintomas da ansiedade

A pressão no ambiente de trabalho e as expectativas pessoais são fatores que contribuem para o aumento dos casos de ansiedade no Brasil. Muitos jovens relatam sintomas físicos, como dor de cabeça e tensão muscular, que frequentemente se somam aos sentimentos de incerteza e medo do futuro.

Os relatos de dificuldades para lidar com as chefias e a carga emocional associada são comuns. A história de uma jovem que, após um dia estressante, desejou sofrer um acidente apenas para evitar o trabalho, ilustra bem o impacto psicológico da ansiedade. Tal situação culminou em um diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada e depressão.

Estatísticas e desafios

Apesar dos números alarmantes, o psiquiatra Marcio Bernik, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, destaca a complexidade no diagnóstico de tais transtornos.

As pesquisas podem apresentar falsos positivos, o que depende da metodologia utilizada, especialmente em regiões onde a expressão de sofrimento difere culturalmente.

Comparar dados do Brasil com os de outros países, como os da Ásia, também é desafiador, pois em alguns lugares falta até mesmo um vocabulário para descrever tal sofrimento. Mesmo assim, há evidências de um aumento nos casos de ansiedade entre jovens urbanos de países ocidentais mais ricos.

Para combater o avanço da ansiedade, é essencial promover questionários e estratégias de apoio psicológico nas escolas, universidades e locais de trabalho. A saúde mental precisa ser priorizada para reduzir o estigma e facilitar o acesso ao tratamento adequado.

Enquanto os desafios para diagnosticar e tratar a ansiedade persistem, é crucial entender que a condição pode ser gerenciada com suporte adequado. O papel das famílias, amigos e empregadores é vital para criar um ambiente no qual a saúde mental seja discutida abertamente e com empatia.

* Com informações da revista Galileu.




Veja mais sobre

Voltar ao topo

Deixe um comentário