Grande mistério em famosa obra de arte é desvendado graças à IA

Nova descoberta revela que parte da "Madonna della Rosa" pode não ser obra do renomado pintor italiano Rafael.



Uma análise inovadora com inteligência artificial (IA) trouxe à tona uma nova perspectiva sobre “Madonna della Rosa”, uma obra de arte que há séculos intriga especialistas.

Criada entre 1518 e 1520, a pintura é atribuída ao renomado artista italiano Rafael Sanzio, mas sempre houve debates sobre sua autenticidade.

Pesquisadores do Reino Unido, que utilizaram um algoritmo de IA não identificado, realizaram uma análise detalhada da pintura. O estudo, realizado em dezembro de 2023, revelou que algumas partes da obra não são de autoria do mestre italiano, como se acreditava.

“Madonna della Rosa”, atribuída a Rafael – Imagem: Museu Nacional do Prado/reprodução

Metodologia de análise da IA

Para desenvolver esta análise, a equipe científica criou um algoritmo personalizado, com base em obras autênticas de Rafael.

A ferramenta, treinada para identificar características detalhadas, como pinceladas e paleta de cores, trouxe uma precisão inédita à pesquisa.

O processo incluiu:

  • Modificação da arquitetura ResNet50 da Microsoft;
  • Utilização de técnica de aprendizado de máquina Support Vector Machine;
  • Precisão de 98% na identificação de obras de Rafael;
  • Foco em detalhes, como rostos individuais, para maior precisão.

Descobertas reveladoras

O estudo indicou que, enquanto a “Madonna”, a “Criança” e “São João” apresentam características típicas de Rafael, o rosto de “São José” não as possui. Especialistas já suspeitavam que este não tinha a mesma qualidade das demais figuras.

Especula-se que Giulio Romano, um dos pupilos de Rafael, poderia ter sido o responsável por essa parte da pintura. A tecnologia de IA corrobora uma suspeita que já existia desde meados do século XIX.

Como é possível ver nitidamente na pintura, a figura de São José parece estar deslocada em tonalidade e iluminação, dando a entender que foi adicionada posteriormente à finalização da obra.

Como será o uso da IA na arte daqui em diante?

Apesar dos avanços tecnológicos, a função da IA não é substituir os historiadores e analistas de arte, muito menos os artistas em suas criações, mas sim oferecer suporte em suas análises e processos de produção.

A pesquisa referida neste artigo foi publicada na Heritage Science, com a intenção de evidenciar o potencial da IA como ferramenta auxiliar no estudo de obras de arte.




Voltar ao topo

Deixe um comentário