Nem tudo é o que parece! Aprenda a identificar chocolate verdadeiro

Muitos produtos 'sabor chocolate' têm baixo teor de cacau e são menos nutritivos.



A chegada da Páscoa costuma aquecer o mercado de chocolates e ovos decorados. No entanto, o aumento da oferta também levanta um alerta importante: muitos dos produtos vendidos como chocolate na verdade nem podem ser classificados dessa maneira. Isso ocorre devido à baixa concentração de cacau e à substituição de ingredientes nobres por versões mais acessíveis.

Muitos dos produtos mais populares sequer contêm a quantidade mínima de cacau exigida para serem considerados chocolate, segundo a Anvisa e o Ministério da Agricultura. Quando isso acontece, o nome precisa mudar — para “sabor chocolate”, por exemplo.

Chocolate ou sabor chocolate? Veja o que muda na prática

Nem todo produto vendido como chocolate tem cacau suficiente para receber essa classificação. (Foto: Eva-Katalin/Getty Images Signature)

A diferença começa nos ingredientes. Para ser chamado de chocolate, o produto deve conter pelo menos 25% de sólidos de cacau, incluindo manteiga, massa e pó.

Quando esse índice não é alcançado ou quando a manteiga de cacau é trocada por gordura vegetal, o item não pode receber a classificação oficial.

Essa substituição afeta diretamente a qualidade nutricional. Os produtos classificados como “sabor chocolate” são, em geral, mais ultraprocessados, menos nutritivos e mais baratos. E é justamente por isso que acabam sendo tão comuns em ovos industrializados e sobremesas prontas.

Por que o verdadeiro chocolate custa mais caro

Um dos principais fatores está na manteiga de cacau, ingrediente nobre, delicado e caro. Ela pode custar até três vezes mais do que as gorduras vegetais usadas em coberturas fracionadas.

Marcas artesanais ou do tipo bean to bar, que trabalham com rastreabilidade e cacau nacional, também priorizam ingredientes mais puros, produção em pequena escala e fórmulas com até 60% de cacau. Por isso, são mais caras — mas oferecem um produto mais saudável, intenso e honesto.

Além disso, o preço do cacau disparou no mercado internacional devido à crise de produção em países como Gana e Costa do Marfim. A seca severa nessas regiões — que estão entre as maiores produtoras do mundo — resultou no maior déficit de oferta em 40 anos.

Isso pressiona toda a cadeia e ajuda a explicar a elevação nos preços dos chocolates de verdade.

Como identificar um chocolate verdadeiro

O primeiro passo é prestar atenção à lista de ingredientes. Ela sempre começa com o que está presente em maior quantidade. Se os primeiros itens forem açúcar e gordura vegetal, é sinal de alerta sobre a qualidade do produto.

Também é importante observar o percentual de cacau. Chocolates com 40%, 60% ou 70% costumam ser mais puros e menos açucarados. Quando essa informação está ausente, geralmente indica baixo teor de cacau ou uso de substitutos.

Por fim, cuidado com expressões chamativas como “gourmet” ou “intenso”. Esses termos não garantem que o produto seja de qualidade superior. O que realmente vale é o que está no rótulo — especialmente quando aparece “sabor chocolate” ou “cobertura sabor chocolate”.

O mesmo vale para o café: atenção ao “sabor café”

Situação parecida ocorre com o chamado “café fake” ou “cafake”, que tem se espalhado pelos supermercados como alternativa mais barata ao café tradicional.

Com o grão custando quase R$ 50 em algumas regiões, produtos com o rótulo “pó sabor café” vêm ganhando espaço. Eles não são feitos exclusivamente com café, e sim com misturas que podem incluir milho, cevada e aromatizantes.

Apesar de visualmente parecidos com marcas tradicionais, esses produtos precisam trazer no rótulo a expressão “pó para preparo de bebida sabor café” — um indicativo de que não se trata de café puro.

*Com informações de Realtime1.




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