No mundo digital atual, o compartilhamento de momentos familiares nas redes sociais se tornou uma prática comum. O que muitos pais não percebem é que o chamado “sharenting” pode trazer riscos significativos para suas crianças.
A segurança e a privacidade dos pequenos são frequentemente comprometidas, o que pode impactar diretamente seu bem-estar.
O termo “sharenting” deriva da junção das palavras inglesas “share” (compartilhar) e “parenting” (criação de filhos). Pais ao redor do globo compartilham fotos e vídeos de seus filhos, às vezes sem consentimento.
Este hábito cresce em popularidade, mas também em críticas, devido ao potencial de afetar a saúde mental e o desenvolvimento social das crianças.
Preocupações relacionadas ao ‘sharenting’
Os riscos associados ao sharenting são diversos, começando pela questão do consentimento.
Crianças não têm a capacidade de decidir sobre sua exposição online, e suas imagens podem ser usadas sem controle ou autorização. Essas fotos e vídeos, uma vez postados, permanecem disponíveis permanentemente online.
Esse acesso irrestrito às imagens pode levar à manipulação e disseminação indesejada em plataformas inseguras. Além disso, pais inadvertidamente abrem portas para problemas como cyberbullying, em que comentários maldosos podem afetar profundamente a autoestima e a saúde emocional das crianças.
Impactos na vida e identidade digital
A criação de uma “pegada digital” desde cedo é outra preocupação. Imagens publicadas na infância podem ser encontradas mais tarde por empregadores ou colegas, influenciando a vida pessoal e profissional dos jovens.
Assim, a proteção da imagem digital deve ser prioridade para os pais.
Segurança e proteção de dados
O sharenting é amplamente promovido por figuras públicas, como celebridades e influenciadores digitais. Estes compartilham detalhes íntimos de suas vidas, muitas vezes incluindo os filhos, motivados por uma busca por visibilidade ou recompensas financeiras.
Contudo, essa prática pode desconsiderar os direitos das crianças à privacidade.
O uso indevido de imagens para fraudes de identidade é um risco crescente. Segundo a Barclays, o sharenting pode ser responsável por uma grande parte dessas fraudes até 2030. Proteções legais, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, oferecem diretrizes para proteger a privacidade das crianças.
Medidas de prevenção:
- Adotar configurações de privacidade rigorosas nas redes sociais.
- Evitar a criação de perfis exclusivamente dedicados aos filhos.
- Selecionar cuidadosamente quais imagens compartilhar, optando por fotos menos reveladoras.
A proteção da privacidade infantil online é uma responsabilidade dos pais. Com consciência e medidas adequadas, é possível compartilhar momentos especiais sem comprometer o bem-estar das crianças.