Ranking global expõe baixos salários dos professores brasileiros

O Brasil está entre os países que pagam os piores salários a professores.



Ser professor no Brasil é, cada vez mais, um ato de resistência diária. A profissão, tão essencial para a sociedade, enfrenta baixos salários, infraestrutura precária e falta de valorização institucional, criando um cenário de desmotivação e abandono.

Embora a realidade brasileira seja crítica, o problema da desvalorização docente é global. Segundo a UNESCO, será necessário contratar 44 milhões de professores até o fim da década para garantir o direito à educação básica, evidenciando que a falta de reconhecimento da profissão compromete o futuro de diversas nações.

Salários brasileiros ficam abaixo da média mundial

Relatório destaca: Brasil está entre os países que menos valorizam financeiramente seus professores. (Foto: pixelshot/Canva Pro)

De acordo com a OCDE, o Brasil paga menos da metade da média internacional a seus professores. Enquanto um docente brasileiro recebe cerca de US$ 23 mil por ano, profissionais na Suíça ganham mais de US$ 92 mil e, nos Estados Unidos, aproximadamente US$ 49 mil.

Essa diferença salarial reflete não apenas disparidades econômicas, mas também prioridades políticas. Apesar de possuir estrutura e recursos, o Brasil ainda falha em valorizar adequadamente seus educadores, agravando problemas como evasão escolar e baixa qualidade de ensino.

O relatório da UNESCO também revela que 60% dos países pagam menos a professores do que a profissionais com a mesma formação acadêmica. No Brasil, essa desigualdade é ainda maior: docentes recebem, em média, 40% a menos.

Impacto da desvalorização nas salas de aula

A falta de investimentos na valorização docente tem consequências práticas. Países que remuneram melhor seus professores apresentam índices mais altos de inclusão, desempenho acadêmico e menor violência escolar, segundo dados da UNESCO.

No Brasil, ao contrário, o cenário é preocupante. Escolas sucateadas, alta rotatividade de profissionais e licenças médicas por esgotamento são sintomas de um sistema que negligencia a importância do professor na formação cidadã.

Além disso, a percepção pública sobre a segurança nas escolas também piorou. Conforme o Crime Index 2024, ambientes escolares em países com baixa valorização docente enfrentam mais riscos de instabilidade e violência.

Quais áreas da educação pagam melhor no Brasil?

Apesar do quadro geral negativo, alguns setores oferecem remunerações superiores. Professores de universidades públicas federais, principalmente aqueles com doutorado, conseguem salários mais altos e condições de trabalho mais estáveis.

Outro segmento que costuma apresentar melhores vencimentos é o de escolas privadas de elite, onde a formação continuada e a experiência são valorizadas com salários mais competitivos. Ainda assim, a desigualdade salarial entre regiões e níveis de ensino permanece grande.

Portanto, mesmo nas áreas mais bem remuneradas, a realidade da maioria dos educadores brasileiros segue marcada por desafios estruturais e persistentes.

*Com informações de ICL Notícias




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