Seu cérebro te sabota na hora de juntar dinheiro? Veja o que fazer!

Guardar dinheiro para o futuro significa possuir a liberdade de escolher viver como se deseja, podendo realizar projetos futuros.



Já sentiu a sensação de pagar todas as contas e ainda sobrar para juntar dinheiro para realizar aquele sonho?! Não?! Calma! Você não é o único. Segundo uma pesquisa feita no fim de 2018 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 51% dos entrevistados disseram que a principal meta para 2019 era guardar dinheiro – mas apenas 15% tinha conseguido fazer isso em 2018.

Na verdade, há razões concretas para conta não fechar. Isso porque grande parcela da população possuem as despesas essenciais maiores do que a renda. Por outro lado, aqueles que admitem ter condições de conseguir guardar pelo menos um pouco a cada mês tem dificuldade para se organizar.

O que a ciência diz sobre a dificuldade de economizar/poupar?

A verdade é que o planejamento financeiro tem raízes profundas, não é puramente falta de conhecimento ou desqualificação financeira. Prova disso foram os estudos da American Psychological Association, que concluíram que juntar dinheiro está mais relacionado com nossa capacidade de nos imaginar no futuro do que nosso conhecimento sobre finanças pessoais.

Isso ocorre principalmente porque é natural e mais fácil pensar apenas sobre o presente. Esse tipo de comportamento, espantosamente, diz respeito à influência pela nossa língua nativa. Segundo o economista comportamental sino-americano Keith Chen, falantes de um idioma que utilizam a mesma conjugação verbal para frases no futuro e no presente tendem a economizar mais, como os chineses e os alemães.

Isso se dá porque a fala sobre o presente e o futuro ocorre da mesma forma, assim, o cérebro é treinado para pensar sobre ambos com o mesmo grau de importância.

No nosso caso, em que os verbos no presente e no futuro são diferentes, a tendência é ter mais dificuldade para poupar, já que presente e futuro representam duas coisas totalmente separadas.

Apesar de tudo isso, o idioma é apenas um dos fatores que podem influenciar a forma como agimos conforme a percepção que temos sobre o presente e o futuro. Isso não significa que os brasileiros estão fadados à falta de planejamento.

Por que é tão difícil pensar sobre o futuro – e, consequentemente, juntar dinheiro?

De acordo com pesquisas conduzidas pelo psicólogo americano Hal Ersner-Hershfield, quando uma pessoa pensa nela mesma no futuro, é como se ela estivesse pensando em outra pessoa.

Isso se dá porque quando pensamos em nós mesmos, determinada região da mente se ativa. Em compensação, quando a pessoa pensa em si mesma no futuro, essa mesma região do cérebro deixa de agir, como se ela estivesse pensando em outra pessoa. 

Sendo assim, nosso cérebro interpreta nosso “eu” do futuro como uma pessoa relativamente desconhecida. Talvez por isso, pode ser tão difícil conseguir nos importar ou planejar para o futuro que além de estranho, é incerto.

E agora? Como hackear nosso cérebro?

Calma! A ciência também pode ser usada a nosso favor, de modo a aumentar e desenvolver as nossas habilidades de poupar.

Uma grande referência é o livro “A Psicologia do Dinheiro“, no qual o economista comportamental americano Dan Ariely expõe indicações e informações de como guardar dinheiro – ou deixar de gastar – a partir do que já sabemos sobre nossas escolhas financeiras.

1- Pense no custo de oportunidade

Em todos os âmbitos da vida, ao fazer uma escolha, invariavelmente está abrindo mão de alguma outra coisa. Na área das ciências econômicas, isso é chamado de “custo de oportunidade“: um conceito que pode ajudar nas finanças pessoais.

Isso pode ser muito bem aplicado no momento de uma compra por exemplo. Se uma pessoa compra um celular, por exemplo, está gastando um dinheiro que poderia ser investido numa viagem.

Assim, uma estratégia a ser analisada, nesse momento, é se perguntar “do que estou abrindo mão para fazer essa compra?”. Caso seja algo importante, talvez seja melhor repensar esse gasto. 

2- Foque no valor que vai ser pago

Já viu aquele super desconto e vai correndo pra comprar porque não dá pra perder essa promoção? Isso na verdade é uma cilada! Isso porque nossa mente é atraída pelo que estamos economizando, porém, o que mais devia ser enfatizado seria o quanto estamos realmente gastando.

Assim, o raciocínio seria: Comprar uma roupa de R$100 no impulso porque ela custava R$150, por exemplo, não é economizar R$50: é gastar R$100.

Desse modo, o ideal seria pensar no quanto sairá do seu bolso – e não no quanto está economizando. 

3- Veja dinheiro como… dinheiro

Pesquisas indicam que conforme a natureza do dinheiro, lidamos com ele de forma mais racional ou emocional.

Por exemplo, quando se trata do salário, é natural gastá-lo com contas da casa e outras despesas fixas que parecem mais sérias.

Por outro lado, uma quantia que entra de outras maneiras, como um presente ou um bônus, é comum ser gasta com coisas mais “divertidas”  como roupas, festas e restaurantes, por exemplo, e também emocionais, o que faz com que o dinheiro acabe mais rápido.

Uma possibilidade para contornar essa situação seria ver o dinheiro como dinheiro sempre, independente se é salário, um bônus ou um valor dado de presente.

4- Guarde dinheiro automaticamente

Provavelmente guardar dinheiro não deve ser um hábito natural, contudo, para evitar esse costume, um caminho é automatizar esse hábito literalmente.

Para isso, uma possibilidade é aderir a conta do Nubank, que permite que um valor seja guardado todos os meses automaticamente. Assim, não dá nem tempo de gastar.

Assim, o ideal seria pensar em uma quantia mensal para  juntar e automatize esse processo.

5- Coloque restrições ao seu dinheiro

Quando vamos em restaurantes por exemplo, é comum ter um prato caro em seus cardápios, como uma sugestão do melhor que eles têm a oferecer. Porém, na verdade, essa é apenas uma forma de “iludir” o cliente de que todas as outras opções não são nada se comparadas àquela.

E por isso é muito comum que acabemos  pagando um valor muito acima do que realmente vale.

Uma forma de contornar essa situação é se colocar restrições. Tendo por base o exemplo de restaurante, quando for comer fora de casa, uma alternativa é estipular uma quantia máxima que pode gastar. Para comprar algum produto, pesquise bem quanto ele vale e não se permita pagar mais.

O mesmo é válido para gastos rotineiros que a gente cultiva sem nem questiona no dia a dia, é o caso da conta do celular e as assinaturas de serviços de streaming. Para evitar gastos desnecessários, revise seus consumos e avalie a possibilidade de economizar em determinado campo.

E lembre-se sempre antes de fazer qualquer compra: Ao comprar uma coisa, você está abrindo mão de outra, por isso escolha com consciência!

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