Com a queda de juros, que é responsável pelo custo menor do crédito, cresce o alerta sobre o rendimento e aplicação da poupança. Pelo segundo ano consecutivo, como não há perspectivas de mudanças nos juros, a caderneta deverá encerrar 2020 com rendimentos menores que a inflação. De acordo com medição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no ano passado, o valor de rentabilidade da poupança foi de 4,26%, com inflação que chegou a 4,31%.
De acordo com boletim informativo da Focus, divulgado pelo Banco Central, instituições financeiras visualizam que o IPCA anual será de 3,6%. Já a poupança deverá render apenas 3,15%. Esse cenário é uma possibilidade caso os juros básicos não sofram qualquer alteração, o que pode ser pouco provável, mas uma constante atual. Assim, quem utiliza poupança poderá perder dinheiro em 2020.
Como não perder dinheiro com a poupança
Prevendo situações de perda, o momento exige cautela e busca por alternativas que garantam que o dinheiro não perderá para a inflação. No entanto, a solução mais fácil seria realiza a migração para outras aplicações. Mas isso deve ser analisado com cuidado, pois o risco também pode ser grande, haja visto a situação financeira atual.
É importante que o investidor atente-se ao prazo em que irá deixar o dinheiro parado. Também é de salutar importância a análise da cobrança de impostos e de eventuais taxas de administração. Isso deve ser feito para que não haja perdas significativas e diretas.
Fundos
A poupança é uma modalidade isenta de tributações, que garante saques imediatos e pode render até 70% em cima da taxa básica de juros – que hoje estão em 4,5% ao ano. Em contrapartida, os fundos e a grande parte das aplicações em renda fixa realizam o pagamento de tributos e, às vezes, não garantem direito ao resgate imediato. Assim sendo, o investidor pode perder dinheiro se sacar antes do vencimento.
Para o investidor iniciante, fundos de investimento são algumas das melhores opções. Isso é garantido pois grande parte dos fundos permite o resgate de valores sem espera, como é feito na poupança. Mas, mesmo com essa vantagem, é importante atenção ao prazo de resgate e finalidade do emprego do montante. Ao migrar para fundos, é importante que o investidor saiba onde irá investir. Em seguida, deve ser levada em consideração as taxas de administração e rendimento líquido.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac),com a Selic em 4,5% ao ano, a poupança se torna vantajosa para aplicações de curto prazo. Isso relativo a taxas de administração pequenas.
Títulos
Outra alternativa sobre a migração da poupança é por meio de título do Tesouro Direto. Esse tipo de programa permite que investidores comprem títulos públicos por pessoas físicas. Esse resgate tem o prazo mais rápido. Leva o tempo de um dia útil, para pedidos feitos até às 18h e até dois dias úteis para pedidos realizados depois do horário, ou em finais de semana e feriados.
Neste caso, o imposto tem desconto diretamente na fonte. Assim cabe ao investidor informar o rendimento líquido na declaração anual de Imposto de Renda. Aplicações com até 30 dias devem pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Depois do prazo, a alíquota é isenta.
As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) rendem o equivalente à taxa básica de juros. Elas podem ter seu resgate feito sem perdas. Isso é garantido a investidores que esperem pelo menos 30 dias para não pagar o IOF.
Para os demais títulos públicos, o investidor precisa ter atenção redobrada quanto aos valores de mercado diante ao resgate antes do prazo de vencimento. Dependendo das condições macro-financeiras, o investidor pode ganhar ou perder dinheiro, caso não espere o tempo acordado inicialmente.
*Com informações de Jornal Metrópoles
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