A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira, 24, a liberação da fase de testes em humanos do soro contra o novo coronavírus (anticovid) fabricado pelo Instituto Butantan.
De acordo com o diretor do instituto, Dimas Covas, o soro, que é elaborado a partir do plasma de cavalos, mostrou-se seguro e efetivo durante a realização de testes pré-clínicos, feitos em coelhos e camundongos.
“Está mostrando resultados extremamente promissores. Esperamos que a mesma efetividade seja mostrada nesses estudos clínicos”, declarou Covas durante entrevista de imprensa ocorrida no Palácio dos Bandeirantes no começo do mês.
Início dos testes
De acordo com o Butantan, 3 mil frascos estão prontos para o início do estudo clínico e mais outros 3 mil para envasar. Inicialmente, os testes serão realizados em pacientes transplantados do Hospital do Rim e com comorbidades do Hospital das Clínicas, ambos localizados na capital paulista. A etapa será conduzida pelos médicos José Medina e Esper Kallas
“Esse material foi todo desenvolvido no Butantan. O vírus foi isolado de um paciente brasileiro. Foi, na sequência, cultivado, inativo, submetido a vários testes em camundongos e, finalmente, levado a imunizar os animais”, declarou Dimas Covas.
A partir daí, segundo ele, os animais [cavalos] foram submetidos a esse vírus para a produção de anticorpos. Fez-se então a coleta do plasma para seu processamento nas instalações do instituto, dando assim origem ao soro.
Resultados
Durante o estudo, foi percebida a diminuição da inflamação dos pulmões de hamsters passado um dia de tratamento. O resultado visto como positivo pode contribuir na redução do percentual de letalidade da Covid-19 durante o tratamento em humanos.
“Esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos, que poderão ser autorizados na próxima semana para ter seu início”, enfatizou o diretor.
Conforme esclarecido pelo Butantan, o intuito do soro anticovid é amenizar o sintoma da doença em pessoas que já foram infectadas. Diferentemente da vacina, ele não é capaz de prevenir a doença, mas atuar para a diminuição da letalidade de casos do novo coronavírus.
Além do instituto, outros estudos ligados ao tema também tiveram resultados satisfatórios até o momento. Como no caso da pesquisa realizada pela Fundação Infant em 160 pacientes na Argentina. A apuração dos testes mostrou que a administração prévia do soro em idosos com infecção moderada diminuiu o desenvolvimento da Covid-19, sem indicações de efeitos adversos.
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