Acabou nesta quarta-feira, 15, o embargo da China às importações de carne bovina brasileira. A suspensão teve início no dia 4 de setembro após dois casos da doença da vaca louca terem sido identificados em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e Belo Horizonte (MG).
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Com a retomada das exportações para o país asiático, e a queda na oferta do mercado interno, é possível que o preço da carne volte a subir daqui para frente?
Segundo especialistas do ramo agropecuário, o produto tende a demonstrar alta em dezembro por causa das festas de final de ano, porém, isso não tem a ver com a volta da compra do produto pela China (ainda). Neste caso, o aumento deve acontecer apenas em janeiro, depois que as fazendas reajustarem o preço do boi que foi vendido aos frigoríficos.
É o que explica Hyberville Neto, especialista em mercado agropecuário da Scot Consultoria. Segundo ele, o período de comemorações de final de ano costumam ser de aumentos para o preço da carne bovina. Além disso, para ele, o reajuste nos preço não deve ser alto, pois o brasileiro não consegue pagar mais caro pela carne.
Exportações e preço alto da carne
César Castro, especialista em agropecuária do Itaú BBA, explica que a retomada das exportações de carne para a China é algo positivo, pois vai contribuir na organização e formação de preços do mercado internacional. Para o consumidor final, esse movimento não vai gerar alta nem baixa de preço da carne.
Isso porque o preço alto da carne não está ligado diretamente com exportação, mas com a disponibilidade de gado no pasto. De acordo com Castro, o setor da pecuária vem de um ciclo de baixa oferta de boi para abate há pelo menos dois anos.
O especialista completou ainda dizendo que o preço do boi, e por consequência o da carne, só deve cair em açougues e supermercados a partir de 2023, quando crescer a oferta do insumo no mercado interno.