O Itaú BBA atualizou suas projeções para o Nubank no que pode ser um sinal de alerta para o banco digital. Os analistas da corretora reduziram o preço-alvo da fintech de US$ 4,5 para US$ 3,5, potencial de queda de 22% em relação ao último enceramento.
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O banco de investimentos também reajustou para baixo a previsão de lucro líquido para 2023, de R$ 3,1 bilhões para R$ 2,6 bilhões. Ainda assim, a recomendação segue sendo de compra.
A cautela é justificada pela desaceleração do crédito pessoal e alto nível de inadimplência. De acordo o BBA, o patamar está acima das expectativas do mercado e superior aos números de outras instituições, e os investidores devem ficar atentos a isso.
Mudanças contábeis
Alterações na contabilidade do banco são, para os analistas, mais um sinal de que o desempenho da empresa está aquém do esperado. O Nubank reduziu de 360 dias para 120 dias o prazo de baixa de crédito para empréstimos pessoais, mas manteve para cartões de crédito.
O Itaú BBA entende que a troca de prazo pode reduzir o potencial dos empréstimos pessoais do banco e arriscar sua recuperação. Na maioria das grandes instituições, o padrão é de 360 dias.
“Parece que o risco neste produto foi provavelmente subestimado e terá que ser redesenhado”, avaliam.
Cartão de crédito
Ainda que o saldo do cartão de crédito tenha crescido 31% entre janeiro e julho, os analistas esperam queda na proporção de transações. Mesmo que reduzir o crescimento do segmento não esteja nos pelos do Nubank, o BBA acredita que isso pode acontecer no futuro.
Com base nessa análise, a corretora cortou as previsões de crescimento do saldo de cartões de crédito para 63% em 2022, e para 15% em 2023.