O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou uma possível saída para custear a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023. Em entrevista na última quinta-feira, 22, ele afirmou que isso será possível com a aprovação da reforma tributária que prevê taxação de grandes fortunas.
Leia mais: Consignado do Auxílio Brasil não será liberado? Veja os impasses
Segundo Guedes, os impostos de 60 mil bilionários vão custear o aumento do benefício, que no Orçamento apresentado ao Congresso Nacional tem valor mínimo de R$ 405.
“Nós já aprovamos na Câmara, o projeto de reforma tributária, um capítulo especial dele era que nós estamos tributando os super-ricos. São 60 mil pessoas que ganharam mais de R$ 300 bilhões e não pagaram Imposto de Renda. O sujeito não precisa ter vergonha de ser rico, agora tem que ter vergonha de não pagar imposto”, disse em conversa na Rádio Itatiaia, em Minas Gerais.
Braço direito do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição em outubro, ele também aproveitou a ocasião para promover o governo atual.
“Nunca se transferiu tanta renda para os mais vulneráveis, para os brasileiros mais frágeis. São 54 milhões de brasileiros que estão recebendo três vezes mais do que recebiam antes da covid chegar aqui. Na época do Bolsa Família eram R$ 180, então nós estamos pagando três vezes mais”, afirmou.
Impacto financeiro
A continuidade do Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 600 tem impacto previsto de R$ 51,8 bilhões, de acordo com o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
“Caso a despesa do programa permaneça sujeita ao teto de gastos, as despesas discricionárias poderiam chegar a R$ 63,9 bilhões (0,6% do PIB), o que tornaria essa alternativa pouco viável dado o elevado risco de paralisação no funcionamento da máquina pública”, detalha o documento.