Pesquisa mostra que agressividade paterna pode levar à depressão

Pessoas que sofreram com a agressividade paterna na infância podem desenvolver depressão durante a vida adulta. O corpo passa a ler o DNA de um modo diferente; entenda.



Ainda em 2022 existem pessoas que discutem a necessidade ou não de usar violência para educar os filhos. Embora seja comum ouvir termos como “é só uma palmada”, ou “meu pai sempre me batia e deu tudo certo”, a verdade pode ser mais chocante. Estudos recentes continuam reforçando os malefícios que a agressão paterna pode gerar nos filhos em longo prazo.

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De acordo com um estudo apresentado no Congresso do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia (ECNP), em Viena, a situação é preocupante. A agressividade paterna tem poder de influenciar os genes e ocasionar depressão na vida dos filhos em situações futuras.

Em outras palavras, a agressão que os pais aplicam nas crianças tende a mudar a maneira como o próprio organismo interpreta o DNA. Isso aumenta o risco biológico para que condições patológicas de saúde mental se desenvolvam no indivíduo.

Agressividade paterna faz mal para a mente das crianças no futuro

“A paternidade severa, com punição física e manipulação psicológica, pode introduzir um conjunto adicional de instruções sobre como um gene é lido para se tornar conectado ao DNA. Temos algumas indicações de que essas mudanças podem predispor a criança em crescimento à depressão. Isso não acontece na mesma medida se as crianças tiverem uma educação de apoio”, disseram os autores do estudo.

Como fica claro, não se trata apenas da agressividade paterna expressada em agressões físicas. A pesquisa também aponta para a violência emocional e mental do ser.

Foram analisados dois grupos de crianças e adolescentes, com idades entre 12 e 16 anos. Um deles relatou crescer com pais carinhosos e atentos, enquanto o outro afirmou a presença da agressividade paterna.

Mesmo antes de analisar a relação com o DNA, os estudiosos notaram diferenças importantes no comportamento de cada um dos voluntários. No entanto, foi percebida a propensão à depressão naqueles que sofreram as agressões.

Vale destacar que a pesquisa não notou mutações de DNA, apenas alteração na maneira como o código genético é interpretado.




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